Maior empresa de varejo de eletrônicos do país, a Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) decidiu, no fim do ano passado, elevar seu estoque de produtos para a venda no primeiro trimestre de 2018. Fornecedores já haviam identificado esse movimento em 2017, tanto na Via Varejo quanto no Magazine Luiza, como o Valor antecipou em dezembro.
“A decisão do estoque mais alto foi tomada para reduzir rupturas e estar mais bem preparado para a melhora do mercado neste ano, que consideramos que irá acontecer”, disse o presidente da companhia, Peter Estermann, durante teleconferência com analistas na tarde desta segunda-feira.
O executivo afirmou também que o ambiente competitivo está mais “saudável” neste ano, ressaltando que o cenário continua promocional, mas mais “comportadinho”.
A quantidade de lojas “premium” da rede, com diferenças no atendimento e portfólio vendido, deve passar de 67 para 100 pontos ao fim do ano, segundo a varejista. O grupo manteve a previsão de 80 inaugurações de lojas do formato “smart” neste ano, com tamanho menor e uso mais intensivo de tecnologia.
Expectativa
Com um resultado no quarto trimestre de 2017 que superou em quase dez vezes o alcançado um ano antes, a Via Varejo disse ter uma expectativa positiva para 2018. Na divulgação dos números do fim do ano passado a companhia atribuiu a avaliação a medidas internas que vêm sendo tomadas dentro do que ela chama de “estratégia de transformação”.
O processo, que começou com a integração da Cnova, braço digital da companhia, no fim de 2016, inclui iniciativas como o plano de expansão de lojas físicas de aproximadamente 80 unidades do modelo Smart (que integra as lojas físicas ao mundo on-line), a conclusão da implantação do sistema de vendas Movve 2.0 durante o primeiro semestre, a adoção dos sistemas que permitirão a venda de produtos do site nas lojas a partir do segundo semestre, maturação do sistema de precificação por microrregiões e a expansão da rede de lojas premium de 76 para 100 unidades até o fim do ano.
A gestão da companhia também destacou os investimentos no modelo de marketplace, ou shopping virtual, oferecendo em um só lugar diversos serviços para os vendededores. “A futura plataforma Via Varejo será uma via única de compras para os nossos clientes, do jeito que o cliente quer, gosta e precisa”, informou a companhia.
Investimentos
A Via Varejo informou também que planeja investir R$ 506 milhões em 2018, versus R$ 304 milhões em 2017. Da soma prevista para este ano, R$ 250 milhões serão destinados para tecnologia da informação — foram R$ 154 milhões em 2017.
Ainda para 2018, a estimativa é que R$ 150 milhões sejam aplicados em lojas físicas e manutenção desses pontos (foram R$ 100 milhões em 2017) e os R$ 100 milhões restantes devem ser direcionados a outros projetos, não detalhados pela companhia.
Questionada por analista sobre expectativa de novas provisões trabalhistas neste ano (valor que cresceu após 2016 por causa de demissões), a empresa informou que esse montante ainda deve permanecer alto em 2018 e cair em 2019.
A respeito do projeto de lojas com minicentros de distribuição, esse número deve variar de 200 a 220 no fim do ano — o grupo tem pouco menos de 1 mil unidades. Essas unidades operam com área maior de estoque, algo que ajuda a reduzir o prazo de entrega das compras feitas nos sites da empresa.
Fonte: Valor Econômico