O Sindivestuário, que representa três sindicatos das indústrias de vestuário do país (Sindivest, Sindiroupas e Sindicamisas), defendeu a redução da taxa básica de juros (Selic) como principal medida a ser tomada pelo governo de Michel Temer (PMDB), caso a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) se confirme, para minimizar os efeitos da recessão econômica.
Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, disse que os empresários e trabalhadores do setor de roupas aguardam a votação do impeachment para que a economia entre nos trilhos e o país retome o crescimento. “Nossa expectativa é que o Congresso Nacional vote a favor do impeachment e acabe com essa história rapidamente”, afirmou o executivo.
Masijah disse que a redução da Selic seria a medida mais urgente a ser tomada pelo governo de Temer para estimular a retomada dos investimentos pelo setor privado. “Com certeza existe investimento represado no setor por conta da crise política e também da recessão econômica. Se houver uma redução da Selic e sinalização de melhora na economia, as empresas voltarão a investir”, afirmou.
O presidente do Sindivestuário também considerou que o aumento nos níveis de confiança dos consumidores dependerá da redução dos níveis de desemprego no país. Ele observou que, no setor de vestuário, 20% da força de trabalho foi demitida desde 2012 (ou 400 mil postos de trabalho) e, ao todo, 2 mil empresas foram fechadas no país nesse período.
“Tivemos um desemprego monstruoso no país. Nesse clima de incerteza é natural que o consumidor se retraia, mesmo se estiver empregado”, disse Masijah.
O presidente do Sindivestuário também defendeu que, depois do processo de impeachment, o governo mantenha a carga tributária inalterada.
Em relação à presidente afastada ter dito novamente que é vítima de um golpe, Masijah afirmou que essa fala foi uma “encenação para justificar sua saída definitiva do governo federal”. “Dilma apenas demonstrou hoje que não acontece golpe nenhum, já que ela teve oportunidade de se defender no Senado”, disse.