A taxa de abandono de relógios inteligentes é de 29%, enquanto para pulseiras de fitness é de 30%. Porquê? Não são úteis o suficiente para engajarem os usuários de forma convincente, e eles acabam se aborrecendo. É o que diz uma nova pesquisa do Gartner sobre o mercado.
“O abandono do uso dos dispositivos é um problema sério para a indústria”, indica a diretora de pesquisa do Gartner Angela McIntyre. “A taxa de abandono é muito elevada em relação à taxa de uso. Para oferecer uma proposta de valor atrativa, os usos dos vestíveis precisam ser distintos do que os smartphones oferecem”, avisa. “Os fabricantes de vestíveis precisam engajar os usuários com incentivos e gamificação.”
De acordo com a pesquisa, a adoção de relógios inteligentes ainda é muito incipiente (10%), enquanto a de pulseiras de fitness atingiram o mainstream (19%). Apenas 8% dos consumidores já usaram óculos de realidade virtual (excluindo aqueles tipo Cardboard).
“O crescimento contínuo na adoção de relógios inteligentes e pulseiras de fitness será agora entre os consumidores de massas, e não dos early adopters”, avança McIntyre. “O grande problema que as fabricantes de pulseiras de fitness e relógios inteligentes precisam superar é a percepção dos consumidores de que esses dispositivos não oferecem uma proposta de valor convincente.”
Um dos grandes obstáculos é, segundo os consumidores, os preços demasiado elevados em relação à utilidade percepcionada. Os fabricantes cuja marca não é muito forte ou conhecida terão ainda mais dificuldade em ganhar quota de mercado, competindo diretamente com marcas populares. Ao invés disso, devem aceitar margens menores e providenciar uma alternativa com preço mais baixo.
Outro problema é o design, que ainda não apelam muito ao consumidor comum. O Gartner recomenda que os fabricantes fechem parcerias com companhias que desenham e vendem relógios e acessórios de moda, porque já possuem experiência nessa área e têm bons canais de varejo estabelecidos.
Sobre quem usa relógios inteligentes, a pesquisa indica que a popularidade é maior entre usuários com menos de 44 anos. Mais de metade (58%) usam o smartwatch todos os dias.
“A chave para criar uma proposta de valor que interesse ao consumidor mainstream é passar a mensagem de estilo de vida em torno do monitoramento da saúde e a conveniência de receber alertas no pulso em vez do celular”, diz McIntyre. “O benefício irá aumentar à medida que esses dispositivos ganham capacidade de funcionar de forma mais independente do celular.”
No caso das pulseiras, apesar de estar se atingindo o mainstream, 29% dos inquiridos disseram que esses são gadgets pouco atrativos. O analista Mikako Kitagawa refere que, até 2017, a maioria das vendas de pulseiras será em substituição de modelos mais antigos, em vez de novos compradores.
“É importante para os fabricantes apelarem aos segmentos etários mais velhos com pulseiras mais baratas, especialmente para mulheres mais velhas”, recomenda.
O Estudo de Tecnologias Pessoais do Gartner para 2016 procurou saber junto dos consumidores quais suas atitudes perante os vestíveis, nomeadamente suas intenções de compra de smartwatches, pulseiras de fitness e realidade virtual.
Fonte: Bit Magazine