As vendas do comércio varejista caíram 2,10% em dezembro ante novembro e 6,2% no ano de 2016, pior resultado para a série iniciada em 2001, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado no mês veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma queda de 3,80% a 0,70%, com mediana negativa de 2,00%. No ano, as estimativas iam de retração de 6,70% a 5,80%, com mediana negativa de 6,20%. Todas as atividades investigadas registraram perdas, sendo que seis delas também tiveram as quedas recordes.
Na comparação com dezembro de 2015, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 4,9% em dezembro de 2016. Nesse confronto, as projeções iam de uma retração de 6,50% a 1,90%, com mediana negativa de 4,60%.
O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 3,1% em 2016, maior impacto sobre o total do varejo. Foi o pior resultado para o segmento desde 2003, quando caiu 4,8%. Segundo o IBGE, a perda da renda real dos trabalhadores e o aumento de preços dos alimentos em domicílio foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor.
Os demais resultados foram: Móveis e eletrodomésticos (-12,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%); Combustíveis e lubrificantes (-9,2%); Tecidos, vestuário e calçados (-10,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%); Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%).
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a queda de 8,7% nas vendas no ano passado, também foi a mais acentuada da série histórica, iniciada em 2004.
As vendas de Veículos, motos, partes e peças despencaram 14,0%, enquanto a de Material de construção recuou 10,7%. Segundo o IBGE, a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias foram fatores que prejudicaram as vendas do varejo ampliado em 2016.
Fonte: Estadão Economia