As vendas reais dos supermercados subiram 15,9% em fevereiro sobre mesmo mês de 2019, informou nesta segunda-feira a Abras, associação brasileira do setor supermercadista. Os números incluem a venda de redes que também operam lojas de hipermercados e atacarejo. A taxa foi deflacionada pelo IPCA/IBGE. Em relação a janeiro, a alta foi de 4,61%.
O forte aumento de fevereiro refletiu o fato de o setor ter um dia a mais de vendas no mês e também a composição de cinco sábados, historicamente o dia com pico de vendas na semana.
Ainda há o efeito do Carnaval, que, apesar de ser um feriado, eleva a demanda de certos produtos. Em 2019, o Carnaval foi no início de março. No acumulado de janeiro a fevereiro, a alta real foi de 10,35%.
“O autosserviço iniciou 2020 com um dos maiores resultados dos últimos 9 anos, 5,11%, e em fevereiro continuou bem positivo, registrando 4,61% de crescimento [sobre janeiro]. Desde 2012 que não registrávamos um número tão bom para o mês. Por ser ano bissexto, fevereiro teve um dia a mais, e contou com a composição de cinco sábados. O resultado também foi influenciado pelo Carnaval, que em 2019 foi no início de março”, disse em nota o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto.
“Sobre o efeito do isolamento social nas vendas, a entidade disse que o setor recebeu um número de clientes acima da média de 14 a 21 de março, “a maioria com o objetivo de estocar comidas para ficar mais tempo em casa”.
“Isso deverá se refletir nos resultados do mês, que serão divulgados no Índice Nacional de Vendas de abril”, informou Sanzovo na nota.
“O movimento dos supermercados tem se normalizado, estamos trabalhando para manter as mais de 90 mil lojas funcionando e bem abastecidas”, acrescentou.
“A cadeia produtiva é bastante extensa, desde o produtor até às gôndolas tem muita gente envolvida, e todos estão trabalhando normalmente. A logística segue em pleno funcionamento. Tirando alguns produtos específicos no combate da covid-19, como o álcool gel, o restante tem chegado diariamente nas lojas do setor.”
Fonte: Valor Econômico