Varejo online faturou R$ 87,4 bilhões no ano passado, puxado pela expansão das vendas na Região Nordeste
Por Carolina Ingizza
Impulsionado pela pandemia de coronavírus, o e-commerce brasileiro cresceu 41% em 2020, faturando 87,4 bilhões de reais, melhor desempenho desde 2007. Os dados são da pesquisa Webshoppers conduzida pela consultoria Ebit/Nielsen em parceria com Bexs Banco.
A alta no faturamento das vendas pela internet se deu pelo aumento na quantidade de pedidos: foram 194 milhões, 30% a mais que em 2019. “O brasileiro mostrou estar totalmente ambientado com o ambiente de compras online. Esse processo amadureceu de maneira muito rápida por causa da pandemia. E os comerciantes souberam transformar a dificuldade em maiores ganhos oferecendo um serviço ágil, confiável e eficiente”, afirmou o líder de e-commerce da Ebit/Nielsen, Marcelo Osanai.
O brasileiro comprou mais pelo smartphone. Do total das vendas, 55,1% ocorreram através desses dispositivos. Isso representa 45,9 bilhões de reais em vendas pelo celular, 79% a mais que em 2019 e 176% sobre 2018. No total, foram 106,6 milhões de pedidos feitos pelos dispositivos móveis. “O brasileiro ficou muito conectado durante a pandemia, com o celular ao alcance da mão. E isso facilitou muito para fazer suas compras de supermercado, roupas, artigos de casa e decoração”, diz Osanai.
As lojas de departamento concentraram 84,3% das vendas de 2020, seguidas pelas de artigos esportivos (2,8%), informática (2,4%), roupas (2,2%) e autosserviço (1,8%). Para o consumidor, o frete grátis é um grande motor de compra: 43% dos pedidos foram nessa modalidade de entrega.
Quanto ao perfil de compra, o brasileiro usa os sites de busca e as redes sociais para chegar até as lojas online. Para artigos de casa e decoração, por exemplo, ambos canais são o início de 55% de todas as vendas. Já para roupas e calçados, é o início de 44%, seguido por perfumaria (38%), petshop (33%) e farmácia (30%).
Entre as regiões brasileiras, os estados do Sudeste continuam correspondendo a 52% do faturamento total, mas o Nordeste dobrou sua participação de um ano para o outro, de 18,5% para 31,7%. “Esse dado mostra que o e-commerce é uma realidade em todo o país, deixou de ser algo restrito. E isso pode ser atribuído às restrições da pandemia. O processo de interiorização do e-commerce se acelerou por conta da nova realidade imposta em todo o mundo”, afirma Osanai.
Fonte: Exame