Setor já ocupa a sexta posição na intenção de compra nas plataformas online, à frente de segmentos tradicionais, como brinquedos
Por Redação
As farmácias e drogarias estão à frente de setores tradicionais na cesta de compras do consumidor de marketplaces, entre as quais os de brinquedos e pet shops. É o que revela uma pesquisa inédita da consultoria independente Driven CX, com apoio das empresas de tecnologia Conecta Lá, Mind Miners e Stibo Systems.
O levantamento reuniu mais de 3,5 mil consumidores e indicou que o varejo farmacêutico já ocupa a sexta posição nas intenções de compras nessas plataformas (veja quadro).
INTENÇÃO DE COMPRA EM MARKETPLACES POR CATEGORIA
(percentual de respostas sim ou talvez para compras nos próximos três meses)
“É um dado muito relevante se considerarmos que o canal farma foi um dos segmentos que mais demorou a aderir aos marketplaces, por ainda estar muito atrelado a um modelo de venda consultiva. Mas a atuação das farmácias como hubs de saúde na pandemia foi determinante para fidelizar esses clientes”, avalia Fernando Schumacher, cofundador da Conecta Lá e um dos responsáveis pelo estudo.
O executivo enxerga ainda um amplo potencial de crescimento para essas plataformas. Em três anos, o público que realmente entende o que é marketplace saltou de 30% para 65,2%. Para ele, o movimento recente de players com operações nacionais, como Pague Menos e Raia Drogasil, ajuda a explicar esse avanço.
“Mas há outros 34,8% que simplesmente desconhecem essa tecnologia. E o varejo farmacêutico, incluindo as redes regionais e associativistas, tem um papel importante para mudar esse panorama. É um setor com capilaridade, clientes regulares e presença em localidades de médio e pequeno porte, onde atuam até com serviços financeiros e suprem a ausência de bancos”, ressalta.
Frequência de compra
A consolidação dessas plataformas ganha evidência na avaliação da frequência de consumo. Quase 1/3 dos entrevistados (32,7%) realiza compras em marketplaces pelo menos uma vez por mês, enquanto 43,7% mantêm essa rotina trimestralmente. “A pandemia foi um gatilho para esse advento, na medida em que 57,9% ampliaram essa frequência no último ano”, acrescenta Schumacher.
Experiência e motivações
O relatório indica que 61,9% dos consumidores afirmam nunca ter vivenciado experiências ruins ao comprar nas plataformas. O preço segue como o principal benefício de compra, além da facilidade de encontrar o produto que deseja. Porém, 37,3% dos usuários destacam o valor do frete como principal ponto de reclamação.
Principais benefícios da compra em marketplaces
Pontos negativos da compra em marketplaces
Novo olhar sobre estoque e relação com PDV
Na visão de Schumacher, os dados forçam o varejista a lançar um novo olhar sobre a gestão do estoque. “Essa é uma tendência com prazo de validade curto. Nessa rápida migração do off para o online, o conceito de prateleira infinita determinará o sucesso ou fracasso da venda em marketplace”, argumenta.
Esses canais também podem mudar a dinâmica de relacionamento de indústrias e distribuidores com o PDV. “Fabricantes e atacadistas de pequeno e médio porte, ao ingressarem nesse ecossistema, melhoram suas capacidades de execução na last mile e ganham escala, tornando-se mais atraentes até para os grandes varejistas, dispostos a ocupar terreno em municípios de menor porte para compensar a saturação dos grandes centros”, finaliza.
Fonte: Panorama Farmacêutico