Mais de 62 milhões de lares da América Latina (AL) compraram produtos de higiene e beleza de empresas de venda direta em 2015, o menor patamar em três anos, de acordo com estudo da Kantar Wordpanel.
O Brasil responde por mais da metade dos mais de 2 milhões de domicílios da região que deixaram de recorrer ao formato porta a porta na comparação com 2014.
No ano passado, 1,5 milhão de domicílios brasileiros deixaram de adquirir produtos de venda direta, além de 1 milhão de lares na Argentina e 269 mil no Chile, na comparação com um ano antes. O canal resiste na Colômbia, México e Peru, porém mudanças começam a acontecer. Na Colômbia, por exemplo, as farmácias respondem por 55% das compras de produtos de beleza e, no Peru, por 70%.
O formato predominante de varejo varia de acordo com a região. A internet é o canal preferido dos asiáticos, enquanto na Europa predominam as perfumarias. O porta a porta é o canal mais popular para produtos de beleza no Brasil e na Espanha.
Na Europa, a venda direta foi gradualmente substituída por farmácias e perfumarias. “Hoje, a região passa por outra mudança e desta vez é a internet que vem ganhando relevância, assim como acontece na Ásia, onde o canal é responsável por 49% das compras de cosméticos na China e 55% na Coreia”, diz Cecilia Alva, diretora de clientes e novos negócios da Kantar na América Latina.
A internet ainda tem baixa penetração na América Latina, mas pode desenvolver uma nova forma de compra, educando os consumidores sobre os produtos, diz a empresa de análise.
O fim da venda direta está longe de ocorrer, mas a diversificação de canais é essencial para as empresas do setor, uma vez que 64% dos consumidores utilizam mais de dois canais e gastam 48% mais que os que escolhem apenas um.