O volume de vendas no varejo caiu 0,8% em outubro, em relação a um mês antes, já descontados os efeitos sazonais, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quarta queda mensal consecutiva e a maior para o mês desde 2008, quando o recuo foi de 1,1%. Nesses quatro meses, o varejo acumulou retração de 3,2%.
Os resultados de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,7%) e, em menor medida, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%) foram determinantes para o resultado do período.
Em média, 21 consultorias e instituições financeiras consultadas peloValor Data estimaram recuo de 0,8%. O intervalo das projeções variava de queda de 2,3% até alta de 0,5%. Em setembro, as vendas do varejo restrito caíram 1% ante agosto, com ajuste sazonal.
O IBGE apontou ainda que o comércio acumula baixa de 6,7% no ano e queda de 6,8% em 12 meses, esta o recuo mais intenso desde o início da série histórica, em 2001.
Na comparação com outubro de 2015, o varejo caiu 8,2%, ante expectativa de queda de 8,3%. Foi a 19º taxa negativa consecutiva e o pior resultado para o mês desde o início da série histórica anual, em 2001.
Com relação à receita nominal do varejo, houve diminuição de 0,5% em outubro, depois de queda de 0,4% em setembro (dado revisado). Na comparação com outubro de 2015, porém, a receita nominal do varejo subiu 1,9%. No ano até outubro, a receita nominal do comércio acumulou alta de 4,8%. Em 12 meses, aumentou 4,3%.
Varejo ampliado
No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas teve baixa de 0,3% entre setembro e outubro e recuou 10% na comparação com o antepenúltimo mês de 2015. No acumulado de 2016, o varejo ampliado cedeu 9,3%. Em 12 meses, registrou baixa de 9,8%.
Para o varejo ampliado, os economistas esperavam resultados piores: queda de 0,8% ante setembro e de 10,3% ante outubro de 2015.
Já a receita nominal do varejo ampliado diminuiu 0,5% em outubro, após avançar 0,4% em setembro (dado revisado). Em relação a outubro de 2015, a receita teve redução de 2,7%. Houve ainda diminuição de 0,8% no acumulado de 2016 e de 1,4% em 12 meses.
Varejo regional
A queda das vendas no comércio foi generalizada entre os Estados em outubro – atingiu 25 dos 27 locais analisados, na comparação com igual mês de 2015. No Rio de Janeiro, que vive uma crise financeira aguda, o tombo foi de 10,6%, recuo maior que a média nacional (-8,2%). Em São Paulo, o recuo também foi forte, de 6,4%. Os dois Estados puxaram para baixo a atividade no mês, segundo o IBGE.
Incluindo as vendas de veículos e material de construção, o chamado varejo ampliado, as quedas de Rio e São Paulo são ainda mais profundas: de 11% e 10,7%, respectivamente.
No varejo ampliado, exceto Roraima (7,8%), os outros Estados apresentaram variações negativas na comparação com outubro de 2015. Em termos de volume de vendas, os piores resultados foram: Pará (-16,5%); Tocantins (-14,7%) e Mato Grosso (-14,4%).
Entre setembro e outubro, na série com ajuste sazonal, as vendas no varejo foram negativas para 15 das 27 Unidades da Federação, como Roraima (-1,9%), Piauí e Amapá (ambos com -1,7%). Por outro lado, Acre (2,3%) e Rondônia (1,7%) foram os Estados com avanços mais expressivos.