As vendas de materiais de construção no Brasil caíram 22,2 por cento em fevereiro sobre um ano antes, pressionadas pela recessão e por uma base de comparação mais forte, informou nesta quarta-feira a Abramat, associação que representa o setor.
Em relação a janeiro, as vendas de materiais no mês passado caíram 5,9 por cento, acumulando no bimestre queda de 20,7 por cento sobre o mesmo período de 2015.
A Abramat afirmou que as vendas no início do ano passado ainda apresentavam crescimento, com o mercado começando a recuar sensivelmente a partir de março. Além disso, o início deste ano está sendo marcado por fortes chuvas em várias regiões do país o que tem impactado obras e reformas, segundo a entidade.
“Mesmo assim a perspectiva para o ano continua negativa (…) A partir dos resultados de março iremos rever a atual previsão para 2016 feita ainda no ano passado”, disse a Abramat. A associação estima por enquanto retração de 4,5 por cento nas vendas de 2016.
O varejo de materiais segue afetado pela manutenção da crise econômica, que afeta renda dos consumidores, emprego e crédito. De outro, a atividade das construtoras sofre com a falta de confiança na economia.
Na véspera, o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento(Snic) informou que as vendas de cimento no Brasil caíram 6,1 por cento em fevereiro sobre um ano antes, acumulando queda de 13,8 por cento no primeiro bimestre.
Segundo a Abramat, as vendas de materiais de base caíram 22,7 por cento ante fevereiro e 6,6 por cento sobre janeiro. Já os materiais de acabamento recuaram 21,5 por cento na comparação anual e 5 por cento em relação a janeiro.
O nível de emprego na indústria de materiais de construção recuou 9,4 por cento em fevereiro sobre o mesmo período de 2015, e teve leve queda de 0,5 por cento sobre janeiro. Nos materiais de base, caiu 9,7 por cento ano a ano, recuando 8,8 por cento no caso do segmento de acabamento.