De acordo com a pesquisa divulgada ontem (16) pelo IBGE, o varejo brasileiro amargou uma queda de 4,3% nas vendas de 2015, o pior desempenho do setor deste 2001. Móveis e eletrodomésticos lideraram o fraco desempenho com baixas de 14%. Até o setor de supermercados, alimentos e bebidas, que normalmente é mais resistente às crises econômicas por ter produtos considerados de primeira necessidade, registrou queda de 2,5%.
Este cenário somado à inflação, oferta restrita de crédito, desemprego e economia em recessão coloca o Varejo novamente em alerta para 2016. Na visão do presidente da SBVC, Eduardo Terra, os varejistas devem trabalhar com duas agendas neste ano: de curto e médio prazo.
“Não podemos deixar de lado esse momento crítico, entretanto, de nada adianta entrar em pânico. O empresário precisa ter uma agenda de curto prazo contemplando eficiência e produtividade em torno do tripé de tecnologia, processos e pessoas. E não deve se esquecer da inovação no médio prazo, pois devemos não só sobreviver à crise, mas temos que ser inovadores de acordo com as demandas dos consumidores após esse período sabático”, pontua Terra.
Segundo ele, o significado de produtividade é as redes varejistas obterem mais resultados usando poucos recursos. E esse cenário acaba virando a mesa fomentando boas oportunidades para a TI ser ainda mais parceira do Varejo, suportando o negócio sem perder de vista a inovação. “O setor já tem na agenda a premissa de fazer mais com menos e a tecnologia tem o papel de ajudar, seja trazendo automação nos processos e operações ou fomentando a inteligência no corte de custos”, pontua Terra.
Na visão de Silvio Laban, coordenador dos programas de MBA do Insper, o ideal é saber aproveitar as tecnologias e soluções já implementadas. “Será que estamos fazendo bom uso da TI? Talvez, a melhor inovação é tirar proveito dos recursos já existentes em casa. Isso sim é produtividade”, completa.
“O Varejo é o primeiro setor a sentir o impacto da crise econômica e por sorte, ele também é o primeiro a sair dela. Conversando com os executivos varejistas percebi que o momento é se preparar para superar o cenário de instabilidade e isso tange investir em projetos de TI financeiramente possíveis”, acrescenta Raul de Souza Neto, VP Brasil da Oracle Retail.
Para o executivo, a solução do problema está na premissa do varejista encarar de frente os desafios, seja com ferramentas tecnológicas, processos ou mudanças internas. “Temos que pensar de forma inteligente para otimizar o investimento, atender melhor e gerar mais caixa para as empresas”, completa o VP da Oracle Retail.