Entidades que representam o setor dizem que agora é a hora da retomada
Na manhã desta quinta, o Senado aprovou o afastamento da presidente Dilma Rousseff. E as entidades que representam o setor comemoraram a decisão. Para eles, o governo interino de Michel Temer pode reanirmar os ânimos dos empresários, o que pode garantir uma retomada da economia e, por consequência, do consumo.
“Os problemas não serão resolvidos num passe de mágica. Mas, à medida em que forem sendo equacionados, permitirão que os agentes econômicos se antecipem à melhora efetiva da economia, contribuindo para que a retomada seja observada mais rapidamente”, afirmou, em nota, Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Alencar Burti credita a desorganização da economia ao “intervencionismo que caracterizou o governo nos últimos anos, resultando em um completo descontrole fiscal”.
Para ele, Temer precisa contar com a atuação efetiva de todos os segmentos. “Os desafios só poderão ser vencidos com apoio da sociedade e da classe política. Temer precisa começar trabalhando pela redução da burocracia tributária e trabalhista. O desemprego é um dos piores problemas que o Brasil vem enfrentando”, diz
“Ao Congresso caberá a tarefa de aprovar um amplo elenco de medidas indispensáveis para o equacionamento das finanças e a maior eficiência da gestão governamental”, pontua Burti. Ele completa que essas medidas “precisam ser pautadas pelo interesse público e não por conveniências pessoais ou partidárias”.
Quanto à oposição, Burti comenta que “deverá desempenhar seu papel fiscalizador sem impedir o governo de governar”. “Temos esperanças de que, mais uma vez, o País supere a crise antes do que muitos imaginam”, finaliza o presidente da ACSP e da Facesp.
A FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) seguiu o mesmo tom. Para a Federação, as perspectivas agora são positivas.
Segundo a Federação, o comportamento de indicadores financeiros e a evolução recente dos índices de confiança são fortes indícios que a segurança retornará. A entidades afirma que com o anúncio de medidas já sinalizadas por Temer, a economia poderá mostrar sinais positivos “na confiança dos agentes e viabilizaria, assim, a retomada de investimentos”.
“A consequente valorização do real, por sua vez, abriria espaço para a queda dos juros – uma vez que a inflação já dá sinais de desaceleração -, o que, juntamente com a volta do crescimento, ajudaria a mudar a dinâmica da dívida pública, retroalimentando o otimismo dos agentes”.
Apesar de otimista, a Federação pondera que o novo governo precisará abrir mão de objetivos políticos de curto prazo para adotar uma agenda de modernização oposta ao populismo que direcionou as políticas públicas tantas vezes ao longo da história. Em vez de expandir o crédito e os gastos – o que somente agravaria a situação – é preciso colocar a casa em ordem para incentivar os investimentos e, assim, dar início a um novo círculo virtuoso da economia brasileira.