A entrega de produtos por meio dos chamados lockers, modelo popular nos EUA e na Europa, começa a ganhar fôlego no Brasil. A modalidade consiste em comprar online e retirar a encomenda em um armário instalado em ponto estratégico da cidade.
Lá fora, a experiência internacional ganhou espaço, especialmente pela redução de custos de frete e por oferecer mais conveniência aos clientes.
Aqui no Brasil as varejistas têm um incentivo a mais para adotar a tecnologia: driblar as dificuldades impostas pela falta de segurança pública e os altos índices de roubo carga em estados como o Rio de Janeiro, que muitas vezes impedem que o produto chegue diretamente à casa do cliente.
A expectativa de que a modalidade cresça no país ganha mais força com o fato da Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, já iniciar seu projeto piloto em São Paulo. A rede varejista instalou quatro armários na capital paulista e planeja para o mês que vem estrear uma operação semelhante no Rio de Janeiro. O objetivo é que os pontos de coleta fiquem em pontos estratégicos da cidade. Em São Paulo, a empresa opera em parceria com os postos Ipiranga, que abrigam os armários. Para retirar a encomenda, basta informar um código no terminal de autoatendimento.
A modalidade é um desdobramento do sistema de clique e retire, em que é possível comprar online e pegar o produto em uma loja física. A diferença é que os armários ampliam os possíveis pontos de coleta para além da rede de lojas. Postos de gasolina, shopping centers, estações de metrô e outros pontos de passagem são potenciais locais de retirada.
Além disso, o modelo é vantagem para clientes que moram em endereços com restrição e precisam buscar a encomenda em um posto dos Correios em um bairro próximo. Como as agências só funcionam em horário comercial, resolveria o problema dos consumidores que precisam fazer a coleta após o trabalho, por exemplo.
O setor de logística já se movimenta para atender mais empresas. A Inpost, que opera os armários usados pela Via Varejo, planeja investimentos de até R$ 30 milhões nos próximos anos (sem especificar o horizonte de tempo). A empresa faz parte de um grupo polonês multinacional que opera 7 mil terminais em 22 países. No ano passado, a companhia experimentou o modelo com outras marcas, como a fabricante de produtos eletrônicos Canon e a joalheria Pandora Joias. Mas aposta mesmo é na entrada dos grandes nomes do setor para ver o segmento crescer.
Fonte: Móveis de Valor