Consumidor brasileiro pagou mais e levou menos produtos para casa no ano passado
Estudo realizado pela Scanntech revela que 2021 foi desafiador para o varejo alimentar que fecha o ano marcado pelo crescimento de vendas em valor, +5,2%, sem descontar a inflação oficial de 10,06%, com queda em unidades vendidas de -6,9%. O crescimento de vendas em valor foi impulsionado pelo aumento de preços que impactou diretamente no bolso do consumidor brasileiro que pagou mais e levou menos produtos para casa.
De acordo com a análise do Radar Scanntech, o crescimento de 2021 foi puxado pelas vendas em valor, sofrendo com queda em unidades. As únicas exceções foram as cestas de PET e Tabaco que são cestas menores. Bebidas ganha destaque negativo com forte queda em valor e unidades em todos os canais do País, em especial com a volta do consumo fora do lar.
As vendas que já vinham desacelerando desde Agosto, fecham o ano com Dezembro 21 sendo o mês com menor crescimento de vendas em valor, +1,9%, em comparação à Dezembro 20. Em unidades, Dezembro 21 retraiu -6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, em linha com a retração média dos outros meses do ano, mostrando a desaceleração apenas em valor.
O fluxo de clientes em loja reduziu -3,2% em comparação com 2020 e o ticket médio em valor aumentou +8,4% “como reflexo da pressão nos preços, levando os consumidores a migrarem para marcas mais baratas e diminuindo itens por compra”, afirma Tiago Vavassori, gerente da Scanntech responsável pelo Radar.
Entre as top 20 categorias com maior crescimento: Óleo, Café Moído, Açúcar, Açougue Aves e Arroz ganham destaque, totalizando 50% da contribuição com o crescimento impulsionado pelo aumento de preços, já que em unidades entregam retração. Apenas Chocolate, Petiscos Snacks e Energéticos crescem em unidades.
Entre as top 20 categorias com maior retração: Cerveja lidera a contribuição com 54,1%, seguido por Eletro, Álcool em Gel e Suco em Pó, chegando a 70% de contribuição para a queda. “A explicação vai ao encontro do cenário de pandemia onde tais categorias foram impactadas pela reabertura do mercado, aumentando consideravelmente o consumo fora de casa,’ confirma Tiago.
Na tabela abaixo, algumas categorias que crescem acima da média e são destaques no ano:
Desempenho do canal de vendas no Brasil
O Canal Supermercado 10+, maior participação em valor do mercado, perdeu participação -1p.p. vs. 2020 devido ao menor crescimento entre os canais. Por outro lado, o Atacarejo regional ganha participação no mercado +0,8p.p., sendo o canal de maior crescimento do ano (+11%). As Regiões Sul, Centro Oeste e Norte fecham o ano com maiores crescimentos de vendas em valor, acima da média nacional, enquanto Nordeste destoa da média com menor crescimento.
Diante deste cenário, Vavassori destaca que o ano 2022 será ainda mais desafiador para o varejo. “Mais do que nunca, terá mais destaque e sucesso aquele que conseguir entender melhor o mercado e seu consumo com base nos pilares do varejo: Sortimento, Preço, Operações e Experiência do Shopper”.
Para isso, o executivo comenta que “os dados de mercado são grandes aliados para auxiliar na tomada de decisões de forma rápida e assertiva, com a eficiência necessária para as construções saudáveis de cada modelo de negócio”.
Fonte: Redação SBVC