Seis em cada 10 empresários dos setores de comércio e serviços nunca obtiveram um financiamento bancário para seus negócios.
Segundo esses empresários, a capacidade de manter a operação da empresa com recursos próprios é o principal motivo para não recorrer a financiamentos, citada por 44% deles.
A seguir vem a alta taxa de juros cobrada das empresas, apontada por 38% dos empresários como principal motivo para evitar bancos.
Entre o grupo dos que não usaram empréstimos, outros 12% se queixam da burocracia para aprovar um financiamento.
Os resultados fazem parte de pesquisa com 820 empresários de todas as capitais brasileiras, realizada pelo SPC Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) em parceria com o Sebrae.
A margem de erro do estudo é de 3,4 pontos percentuais.
A pesquisa também mostrou que a taxa de juros é o principal fator para a escolha do banco entre aqueles que usam financiamento. Ela é mencionada por 33% dos empresários do grupo como fator de decisão mais importante.
Por outro lado, 36% disseram que não tomaram o cuidado de comparar as taxas de juros de diferentes instituições na hora de tomar crédito. Além disso, 17% disseram que não avaliaram o custo total de empréstimo tomado.
DEMANDA FRACA
Segundo o estudo, nos últimos 12 meses, 9% dos comerciantes e empresários do ramo de serviços tomaram recursos emprestados. Outros 5% tentaram tomar crédito, mas não conseguiram, sendo que 3% acabaram desistindo e 2% tiveram o crédito negado.
Em nota, a CNDL considerou o índice baixo e resultado da intenção fraca dos empresários de realizar ampliações e investimentos em seus negócios durante o período de crise.
A maioria (66%) dos empresários não planeja realizar investimentos nos próximos 90 dias, enquanto 22% manifestam essa intenção. Outros 12% se dizem indecisos.
Entre os que pretendem investir, o capital próprio será a principal fonte de recursos em 60% dos casos. Há ainda 18% que mencionam o capital próprio tendo como origem a venda de algum bem.
O empréstimo em bancos e financeiras foi citado por 20%, enquanto o empréstimo com amigos e familiares foi mencionado por 4%.
Fonte: Folha de S. Paulo