O Brasil é composto de uma vasta variedade: muitas culturas, miscigenação e cores. O último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, apontou que, no País, a população se classifica entre cinco diferentes cores ou raças: branca, preta, parda, amarela ou indígena. Para dialogar da melhor maneira com todos os cidadãos, as empresas precisam antes de tudo, ampliar seu modo de olhar o consumidor para refletir a diversidade em sua estratégia.
A desigualdade é uma pauta real e complexa no cenário nacional e também precisa ser levada em consideração para que o consumo seja acessível a todos de fato. Algumas marcas já se conscientizaram disso. “Dez, quinze anos atrás, as marcas começaram a ficar globalizadas e a encontrar pessoas de baixa renda, e as empresas não estavam acostumadas com isso”, explica André Torretta, presidente da consultoria A Ponte Estratégia.
Inspirado por um Brasil multifacetado nasceu o termo “Marcas mais Democráticas”, que intitula o estudo desenvolvido pela A Ponte Estratégia exclusivamente para a revista Consumidor Moderno. Torretta defende que, por aqui, essa característica é fundamental. “Nosso consumidor vai de A a Z, é índio, preto, branco”, lembra.
Confira as varejistas mais democráticas, segundo o estudo:
• Avon
• C&A
• Casas Bahia
• Havaianas
• Hering
• McDonald’s
• Natura
• Nike
• O Boticário
• Renner
• Riachuelo
• Samsung
Para todos
Marca democrática não é caracterizada apenas pela marca popular, com preços acessíveis. Ela é a aquela que, além de alcançar as classes mais baixas, conversa também com a classe de maior poder aquisitivo.
Assim, Torretta defende que não ter preconceitos e estar com todos é democrático. “A crise política e de modelos a serem seguidos que vivemos mostra que ser democrático é fundamental.”
Metodologia
Depois de considerar o termo “democráticas” para classificar as marcas, A Ponte Estratégia investigou se a tese desenvolvida era percebida pela população. Conclui-se que sim.
Em seguida, a consultoria fez uma exploração com oito grupos qualitativos – quatro de classes A e B, quatro de classes C e D –, de 25 a 45 anos, entre os dias 23 e 24 de fevereiro de 2016. A ideia era compreender o que é uma marca democrática. Com isso, chegou a alguns critérios – selecionados pelos consumidores – considerados fundamentais:
• O produto tem a ver comigo
• Acessibilidade
• Ações sociais
• Preço e qualidade
• Coerência
• Praticidade
• Ações promocionais
• Boa logística
• Boa comunicação
• Comunicação em todo lugar
Depois, na segunda fase do estudo, foram entrevistadas 1.200 pessoas, entre os dias 16 e 25 de abril. Esses indivíduos responderam a sete questões fechadas, baseadas nos critérios elencados anteriormente, e indicaram (de forma espontânea) qual marca consideram democrática.