Por Daniela Braun
Para a Iguatemi, rede que administra shopping centers e outlets com foco em consumidores de alta renda, turbulências nas operações de varejistas nacionais, incluindo a Americanas, que entrou em recuperação judicial e tem lojas físicas em algumas de suas operações, e Lojas Marisa, não afetam seus resultados.
“Tem muita notícia de turbulência especialmente no varejo focado na classe média e média baixa, que tem menos relevância no nosso portfólio”, disse nesta quarta-feira (1º) Cristina Betts, presidente do Grupo Iguatemi, em teleconferência com analistas sobre o balanço da companhia.
“A gente olha com preocupação porque temos lojas grandes em alguns lugares, mas não afeta nosso portfólio”, completou a executiva.
A presidente do grupo disse que há um aumento de venda de lojas nacionais “igual e até superior em relação à marcas internacionais”.
No quarto trimestre, o grupo reduziu a taxa de inadimplência para -3,8%, ante 1,4% no mesmo período de 2021.
Em 2022, a empresa recebeu mais de R$ 70 milhões por meio de acordos judiciais firmados com inadimplentes, destacou Guido Oliveira, vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores da Iguatemi.
Além de equilibrar a taxa de inadimplência, o grupo buscará “reduzir despesas gerais e administrativas (G&A) em 2023”, disse Oliveira.
Este ano, a empresa prevê uma alta de 13% a 18% na receita líquida com shoppings e taxa de ocupação de 96%. Na divisão de varejo, que inclui vendas on-line, a projeção é de alta entre 2% e 7%.
Considerando comente as vendas on-line, pelo Iguatemi 365, agora em fase de reformulação, a projeção é de estabilidade no resultado frente a 2022. Uma nova versão da plataforma de vendas on-line está prevista para abril.
Betts disse estar confiante nas projeções da companhia para 2023 e na resiliência dos consumidores mesmo diante da inflação e da alta da taxa de juros.
Após adquirir 100% do Shopping JK Iguatemi, no fim de novembro, a empresa segue atenta a potenciais aquisições, especialmente no interior de São Paulo, mas de forma cautelosa.
“A esperança de queda na taxa de juros ao longo do ano não é mais a mesma”, comentou Betts.
Janeiro
Em um mês que costuma ser de baixa em vendas no varejo, a rede de shoppings centers Iguatemi informou ter alcançado alta de 24% na receita líquida frente ao mesmo período de 2022.
Janeiro também foi um mês atípico em demanda por locação de novos espaços, disse Betts.
“Nosso público é bastante resiliente frente à inflação e à alta da taxa de juros”, disse Betts. “Estamos bem posicionados para 2023 e confiantes de chegar nas projeções”.
Betts destacou que a aquisição de 100% do Shopping JK pela Iguatemi, no fim de novembro, colabora com as projeções da empresa.
A aquisição de uma fatia restante de 36% no JK pelo Iguatemi foi paga na terça-feira (28), informou a empresa.
A empresa voltou a divulgar projeções desde o auge da pandemia da covid-19. Este ano, a Iguatemi projeta alta de 13% a 18% na receita líquida de shoppings e de 2% a 7% em varejo.
Este ano, a taxa de vendas e ocupação projetada em é de 96% nos 16 shoppings do grupo.
Em janeiro, a empresa reportou capacidade de utilização 131% superior à registrada no mesmo mês de 2019.
O grupo prevê alcançar uma margem Ebitda de 78% a 81% em shoppings e entre 69% e 72% no total, em 2023.
O investimento anual será de R$ 140 milhões a R$ 180 milhões, excluindo aquisições, que seguem no radar da empresa, mas de forma cautelosa, informou a presidente do grupo.
Fonte: Valor Econômico