Os últimos anos não foram fáceis para o grupo TrendFoods, detentor das redes China in Box e Gendai. O período de recessão interferiu nos ganhos da holding, mas não só isso. Em fevereiro, um trágico acidente de motocicleta afastou Robinson Shiba, o fundador da rede de culinária chinesa, do dia a dia da empresa. Na sua ausência, seu sócio Carlos Sadaki, responsável pela criação da rede Gendai, é quem retoma os planos de expansão. Mas não será pelo modelo tradicional, com lojas de 80 m², e sim pelo formato de quiosques, com área de 9 m², e contêineres, com 13 m². Com isso, Sadaki quer voltar a atrair investidores interessados em adquirir uma franquia do grupo. Se antes era necessário realizar o aporte de R$ 600 mil para obter uma unidade, hoje, com os modelos enxutos, esse valor caiu para cerca de R$ 180 mil.
“A crise econômica mudou o perfil dos investidores”, diz Sadaki. Não são apenas as unidades que vão encolher. Por meio do modelo de loja mais enxuto, o cardápio também sofre redução. Em vez dos 65 itens que compõem o sortimento de uma operação convencional do Gendai e das 52 opções disponíveis no formato tradicional do China in Box, a oferta em quiosques e contêineres é composta por apenas 12 pratos. “Nós trabalhamos com os itens mais pedidos para poder potencializar a venda por metro quadrado”, afirma. Segundo o executivo, esse modelo se tornou viável por conta de uma nova tecnologia, chamada de Dark Kitchen, que está sendo implementada nas cozinhas das unidades. “É um forno que exige um estoque menor e requer menos mão de obra”, afirma. Para Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, esse é um modelo que veio para ficar. “O formato menor é uma busca de equilíbrio entre o que o franqueado precisa e o que o cliente busca. Já o Dark Kitchen faz com que a empresa trabalhe melhor a cozinha em seu período de ociosidade”.
Para este ano, a rede projeta faturamento de R$ 425 milhões, crescimento de 5%. Hoje, o China in Box tem 150 lojas em 22 estados e o Gendai soma 80 lojas em 10 estados. O objetivo do grupo é inaugurar pelo menos 40 unidades no próximo ano. Além desse modelo, Sadaki pretende reforçar a oferta por meio de aplicativos para dispositivos móveis, seja com parceiros, como o iFood, ou por meio de apps próprios. “Investimos cerca de R$ 2,5 milhões na nossa plataforma para e-commerce em 2018. Hoje, o marketplace representa 40% do nosso faturamento e nosso aplicativo próprio já detém 15% das nossas vendas gerais. Queremos dobrar para 30%”, diz.
É assim que o grupo TrendFoods quer voltar a crescer na mesma rapidez que as principais potências asiáticas.
Fonte: IstoÉ Dinheiro