A transformação digital está chegando aos supermercados e cada vez mais o consumidor exigirá a presença da empresa no ambiente online. Enquanto algumas redes já trilham esse caminho e investem em soluções tecnológicas, outras ainda precisam caminhar mais diretamente nessa direção para se conectar com o consumidor.
Muitos gestores e donos de supermercados brasileiros reconhecem o investimento em ferramentas digitais principalmente para impulsionar o negócio. Porém, ainda existem empresas neste setor que resistem à Transformação, sem saber que este posicionamento pode comprometer seu próprio crescimento.
De acordo com Silvio Sousa, diretor comercial da Consinco, empresa de desenvolvimento de sistemas de gestão para o varejo, o avanço das redes de supermercados depende da combinação entre redução de custos e investimentos em soluções digitais. “As redes que não investem em novos formatos e resistem ao ambiente digital podem começar a perder espaço” diz Sousa.
Investimento X economia
Um dos pilares que podem estar desencorajando os gestores a aderirem ao movimento é o atual momento econômico do Brasil, que pesa diretamente na decisão de investimento dessas empresas. Para o diretor comercial da Consinco, as apostas devem ser no sentido de aumentar a produtividade e tornar mais eficiente o controle de estoque e de prevenção de perdas. “A produtividade traz resultados que geram caixa e que podem levar a empresa para a transformação digital”, explicou o executivo.
Já Andre Iorio, especialista em transformação digital e atualmente Chief Digital Officer para produtos profissionais da L’Oréal, acredita que o impacto das mudanças no setor supermercadista é muito grande principalmente pelos novos hábitos de consumo e jornada de compra.
“Vejo que está cada vez mais integrado o on e o offline. É um desafio para os supermercados, mas é também uma oportunidade para que estas companhias desenvolvam uma nova experiência para o consumidor”, afirma Iorio em entrevista ao Blog APAS Show. Na visão do executivo da L’Oréal, muitas empresas do setor que passam pela Transformação Digital buscam garantir a mesma experiência do físico no ambiente digital e vice versa.
Experiência complementar
Apesar de ser necessário aproximar a qualidade da experiência, por outro lado a integração pode funcionar melhor. “A experiência nos canais on e off pode ser um pouco diferente até para não canibalizar o canal tradicional, que ainda é o ponto de venda. Se nas lojas o consumidor tem o contato físico até com novos produtos, na jornada digital pode ser interessante complementar isso com ofertas de preços mais competitivas”, explica Iorio.
Este raciocínio vai de encontro à realidade do consumidor, já que no ambiente digital ele tem facilidade de fazer buscas por preços. Mesmo com experiências semelhantes em diferentes canais, é interessante achar diferenças e trabalhar cada meio e seu papel na etapa de consumo. “O sortimento é ideal para a loja física. Já na loja digital talvez, seja melhor proporcionar a venda mais rápida, com um sortimento diferente e customizado em cima das preferências de cada cliente”, apontou o Chief Digital Officer para produtos profissionais da L’Oréal.
Fonte: Apas Show