Nova pesquisa do Peterson Institute for International Economics apontou o impacto da diversidade de gênero na rentabilidade das companhias
Com uma discussão maior cussão maior sobre igualdade de gênero dentro das empresas, uma nova pesquisa lança luz sobre uma questão que as empresas podem colocar na balança na hora de pensar em novas políticas internas. Divulgado ontem (10/02), o estudo do Peterson Institute for International Economics apontou que ter mulheres em altos cargos executivos pode estar diretamente relacionado a uma maior rentabilidade da companhia. Para chegar à conclusão, a organização utilizou uma base de dados de 22 mil companhias abertas de 91 países.
O estudo mostra, no entanto, que a despeito dos benefícios econômicos e de longo prazo, a maioria das empresas está em falta quando o assunto é a igualdade de gênero. Cerca de 60% das empresas analisadas não possuem mulheres em seus conselhos e mais de 50% não têm executivas mulheres no C-level (topo da hierarquia). Menos de 5% delas têm um CEO mulher.
Os resultados da pesquisa sugerem que a presença de mulheres em posições de liderança pode melhorar o desempenho financeiro das empresas. Os ganhos são maiores quando é maior a proporção de mulheres na chefia. Companhias que aumentaram a presença de mulheres em até 30% em cargos de alta hierarquia viram, em média, um crescimento de 15% em sua rentabilidade, segundo o estudo. O fato de o presidente de uma empresa ser mulher ou homem, no entanto, não parece ter qualquer efeito perceptível no desempenho financeiro das companhias.
Esse padrão ressalta a importância da criação de um quadro maior de gerentes do sexo feminino e não simplesmente de colocar as mulheres como CEOs, segundo analisa o Peterson Insitute. E isto é algo, de acordo com o instituto, que deve ser estimulado e preparado desde à infância, nas escolas de base e no olhar mais atento às mulheres. Os países com um maior número de meninas que tiveram altas notas em testes de matemática foram os mais propensos a ter empresas com mulheres em cargos de gestão, de acordo com Marcus Noland, diretor de estudos da Peterson.
A pesquisa não encontrou evidências do possível impacto relacionado a cotas das mulheres nos conselhos de administração, algo exigido em países como Noruega, Finlândia e Dinamarca. “No longo prazo, o que é mais importante para alcançar a diversidade não é fazer isso por decreto. É realmente investir em políticas de educação, de não discriminação, por exemplo”, disse Nolan ao jornal The New York Times.
O estudo mostrou que companhias dos Estados Unidos possuem 12% de mulheres em assentos de seus conselhos e 16% no C-level. As companhias norueguesas são as que mais praticam a diversidade de gêneros – 40% têm mulheres nos conselhos e 20% no C-level. Outro dado interessante da pesquisa é apontar que a maternidade não está correlacionada a uma boa liderança feminina – ao contrário da paternidade, que está.