Por Izabela Marzolla | O número de tentativas de fraudes no e-commerce no Brasil recuou 23,3% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da ClearSale, empresa de inteligência de dados para prevenção deste tipo de crime.
Foram 800 mil tentativas no período, totalizando R$ 766,3 milhões.
O estudo analisou 63,7 milhões de pedidos, entre 1° de janeiro a 31 de março. Apesar da queda no volume, o ticket médio se manteve praticamente estável, a R$ 948,64, avanço de 0,3%.
Para o levantamento, a ClearSale considerou apenas pagamentos via cartão de crédito no setor de e-commerce. São consideradas tentativas de fraude todas as transações que foram classificadas como suspeitas ou confirmadas.
A maioria das tentativas de fraude no e-commerce brasileiro acontecem através do roubo de dados, de conta e senhas. Os fraudadores precisam de informações, na maior parte dos golpes de cartão de crédito, para conseguir efetivar uma compra em nome de outra pessoa.
“Os fraudadores têm buscado maneiras de chamar menos atenção e manter muita lucratividade. Eles adotam uma estratégia de agir com menos transações, mas atacando produtos com maior liquidez, com maior valor agregado e maior custo”, afirma o CEO da ClearSale, Eduardo Mônaco.
O CEO explica que dessa forma os golpistas conseguem obter dinheiro sem chamar tanto a atenção dos sistemas de antifraude.
O estudo apontou que o dia da semana e o horário com a maior representatividade de investidas fraudulentas foram as quartas-feiras entre meia-noite e 5h.
A região mais afetada pelos golpes foi o nordeste, com ticket médio de R$ 1.021,82, e os produtos mais visados pelos criminosos foram games e eletrônicos, contabilizando R$ 806 e R$ 2597 de perda, consecutivamente.
Já a região centro-oeste registrou ticket médio de R$ 1.023,52, enquanto sudeste teve de R$ 934,60 e o norte de R$ 924,89.
A região sul registrou a menor taxa de tentativas e um ticket médio de R$ 984,91.
O executivo acredita que os golpistas procuram atacar usuários pouco familiarizados com o ambiente digital e isso reflete em algumas regiões do Brasil.
“Uma das hipóteses é que pode ser que no norte e nordeste do país, a gente tenha um percentual da população sem tanta maturidade no digital. O pessoal ainda é, em parte, iniciante no mundo online e fazem menos transações financeiras na internet. Os golpistas podem mirar essa inexperiência”, diz Mônaco.
Os eletrodomésticos geladeira e freezer tiveram fraudes no valor médio de R$ 3.550. Celulares e produtos de beleza contabilizaram R$ 2.756 e R$ 412, respectivamente.
Ainda pelo estudo, foi possível identificar que as maiores vítimas são homens e pessoas de até 25 anos.
A maior concentração das tentativas ocorreu em janeiro, com 284,6 mil ocorrências e um ticket médio de R$ 954,82.
Em fevereiro esse número caiu para 252,9 mil, com valor médio de R$ 932,01, e voltou a subir em março, que teve 70,2 mil fraudes de R$ 957,70, em média.
Como não cair em golpes
Segundo a companhia, para evitar fraudes em compras via cartão no e-commerce, é recomendado o uso de senhas fortes e que não sejam usadas em cadastros/inscrições mais de uma vez
Outro caminho que leva a fraudes são os cliques em links suspeitos, usados por golpistas para direcionar suas vítimas a sites falsos — idênticos aos verdadeiros — com o objetivo de roubar dados e, posteriormente, efetivar fraudes.
Portanto, os especialistas pontuam atenção redobrada em links que pedem por recadastramento em sites que o usuário nunca efetuou cadastro, pedidos de trocas de senha não programadas ou links suspeitos.
Mais um tipo de ação fraudulenta comum no ambiente online é o phishing, que atrai usuários via ofertas que contêm links para captura de senhas e dados financeiros.
Por isso, é imprescindível verificar a página oficial da loja e pesquisar a reputação do anunciante.
Fonte: CNN Brasil