O Brasil não vê a hora de deixar a crise econômica para trás e começar um novo capítulo. No novo cenário, algumas tecnologias antes reservadas a um grupo pequeno de empresas, devem se tornar mais acessíveis.
Consultor especialista em gestão de projetos, Fabio Braggio, da FLB Info , acredita que a Inteligência Artificial será bastante bem explorada no próximo ano. “Como desdobramento, as empresas vão lidar muito e de forma mais organizada com Machine Learning (aprendizado de máquina), Internet das Coisas (mais conhecida pela sigla IoT, do inglês Internet of Things), e Blockchain (conhecido como protocolo de partidas dobradas, ou livro-razão – Public Ledger)”, afirma.
A essas tendências, Braggio adiciona outras duas: Big Data e Ágil. “Com todos esses assuntos dominados pelo gestor de projetos, grande parte dos atuais problemas nas organizações será eliminada ou reduzida – além de maximizar aspectos importantes, como transparência, qualidade e gestão de custos”, acredita o especialista.
O consultor Fabio Braggio, que também é autor do livro Projeto 66, detalhou as cinco principais tendências para as empresas no próximo ano. Confira a análises do consultor da FLB Info :
Expansão da metodologia Ágil
“As práticas Ágeis não estão mais restritas ao ambiente de TI, ao desenvolvimento de software. Hoje em dia – e cada vez mais – elas estão se expandindo para as áreas de negócios. Práticas ágeis proporcionam às organizações uma abordagem que melhora a eficiência, acrescenta mais velocidade e autonomia em seu núcleo, defendendo um processo que conta com divisão de tarefas em ciclos curtos de trabalho e reavaliações e adaptações frequentes. Como diz o economista e guru dos negócios Tom Peters, a prática ágil permite às empresas testar rápido, falhar rápido e consertar rápido. É possível organizar uma empresa em torno de equipes enxutas, multidisciplinares e inovadoras para pôr em prática ideias em pequena escala, que driblam com sabedoria a burocracia interna, além das incertezas e complexidades do mercado”.
Big Data e Dark Data
“A quantidade de informação gerada em todos os segmentos da indústria é enorme e demanda coleta, análise e processo de implementação a partir dos insights provocados por determinados dados. É esse processo que permite a uma empresa estar à frente da concorrência. O Big Data na nuvem, por exemplo, permite que até pequenas empresas possam aproveitar as tendências tecnológicas mais recentes e tenham acesso a grandes oportunidades de crescimento. Nesse contexto, é importante que as empresas considerem também o Dark Data – informações digitais adquiridas por várias operações de redes de computadores que não são usadas de para insights ou tomadas de decisão. Como as análises e os dados se tornam aspectos cotidianos das organizações, há uma necessidade crescente de entender que qualquer dado deixado inexplorado é uma oportunidade perdida e pode levar a um possível risco de segurança”.
Internet das Coisas
“Relatórios de pesquisa com as últimas tendências da indústria revelam que a IoT, ou Internet das Coisas, irá gerar mais de 300 bilhões de dólares por ano até 2020, sendo que o mercado global de IoT deve alcançar uma taxa de crescimento anual de 28,5%. A nova geração de plataformas de Internet das Coisas pode ajudar as empresas a combinar novas fontes de dados com as já tradicionais, examinando informações em tempo real. Esse tipo de iniciativa permite fazer novas correlações de dados e é fundamental para questionar o pensamento institucional, além de agilizar mudanças”.
Blockchain
“Dados da consultoria Gartner revelam que somente 10% das empresas tradicionais terão feito transformações radicais com tecnologias blockchain até 2023. Trata-se de uma corrente de blocos na qual cada bloco (banco de dados) é ligado ao próximo através de um registro público (Public Ledger). Essa descentralização de registros aumenta a segurança das operações, evitando a ação de hackers. São três as principais áreas de negócios que estão se expandindo com o uso de blockchain: referência de dados, pagamentos no varejo e empréstimos ao consumidor. Respeitado o tempo da curva de aprendizado, o blockchain é uma solução que veio para ficar, podendo ser implantada por uma equipe de TI ou ser contratada como serviço. Entre os ganhos principais estão: 1) Acesso a novas tecnologias; 2) Possibilidade de testar uma nova tecnologia sem necessariamente correr os riscos inerentes ao processo; 3) Suporte ao cliente; 4) Soluções compatíveis com o tamanho da empresa; 5) Redução de custos, especialmente de energia. Outra vantagem é que se for detectado qualquer problema no processo, é simples voltar para o ponto de origem”.
Machine Learning
“Derivado da Inteligência Artificial, Machine Learning – ou Aprendizado das Máquinas – implica em computadores ou robôs programados para aprender a desempenhar algo que antes era restrito a humanos. Essa tendência vem sendo rapidamente absorvida por vários setores da indústria, gerando demanda para profissionais altamente capacitados. Tanto que esse mercado deve atingir 8,81 bilhões de dólares até 2022 – gerando mais empregos para engenheiros, desenvolvedores, pesquisadores e cientistas de dados. Quando se pensa em Machine Learning aplicado à gestão de projetos vislumbramos a Inteligência Artificial preenchendo espaços que até então eram deixados em branco. Novos dados vão sendo gerados e transformados em informações que faltavam – ou até mesmo que nunca haviam sido consideradas em sua importância global para um projeto. Isso certamente acaba encorajando colaboradores e equipes a melhorar o nível de desempenho profissional, entregando resultados muito mais próximos do nível de excelência desejado. Quando isso não acontece, a própria tecnologia está apta a detectar problemas e sugerir soluções de correção – ainda que complexas. Trata-se de um avanço muito significativo, útil e poderoso para as empresas”.
Fonte: S.A. Varejo