Em seu mais novo estudo com insights sobre a economia global, com a participação de 2 mil consumidores, a Deloitte colocou em debate seis tendências fundamentais que garantirão a sobrevivência do varejo farmacêutico. E na visão do líder da consultoria para a área de produtos de consumo, Nigel Wixcey, abraçar esses conceitos tornou-se uma tarefa ainda mais premente em função da pandemia da Covid-19.
1. Conveniência é o novo campo de batalha
Segundo um levantamento da consultoria, mais da metade dos consumidores já prefere efetivar compras nas farmácias sem contato físico ou telefônico com nenhum atendente. Pagamentos por plataformas mobile, por aplicativos de entrega ou mesmo o sistema de compre e retire ganharam vez.
2. Lealdade às marcas e comoditização de produtos
A partir do mês de abril, os gastos médios dos entrevistados diminuíram mais de 40%, o que pressionou significativamente as margens operacionais de curto prazo das farmácias e drogarias. Esse comportamento vem incentivando a opção por produtos de marca própria, mais econômicos e menos sujeitos à ruptura no ponto de venda. A pesquisa atesta que isso pode resultar em uma redução dos índices de lealdade a determinada marca.
3. Vendas digitais em alta, mas não podem concentrar 100% das atenções
O número de pedidos online cresceu 130% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação do primeiro quadrimestre com mesmo período de 2019, a alta foi de 68%. A mobilidade reduzida do consumidor garantiu esses resultados. No entanto, a Deloitte alerta que é ainda difícil determinar se esse ritmo continuará no momento em que o isolamento social acabar. A dica para os empresários do setor é continuar a aposta em lojas físicas e em modelos híbridos de vendas, mantendo projeções conservadoras de lucro com a operação digital.
4. Loja física mais funcional
A dramática necessidade de migração para o comércio eletrônico acelerou a redefinição da loja física. Apesar de acreditar no desejo do consumidor de voltar a frequentar o ponto de venda, o layout da loja deverá ser repensado para atender à demanda de clientes do digital, com espaços próprios para facilitar a retirada dos produtos e medicamentos e áreas específicas voltadas à experiência.
5. Foco na saúde e na sustentabilidade
Juntamente com a elevação dos gastos em itens de higiene pessoal, produtos de origem sustentável e orgânica ganharam espaço na lista de compras. Não está claro se o aumento dessa demanda foi impulsionado por fatores econômicos ou pela indisponibilidade de outros produtos de maior valor agregado. Mas o varejo terá o papel de valorizar essa categoria para se diferenciar da concorrência e fidelizar clientes.
6. Consolidação no varejo
Com as restrições impostas pela pandemia, quase 70% dos consumidores optaram pela compra em redes tradicionais e com recursos para viabilizar uma operação digital mais dinâmica e consistente. Nesse aspecto, farmácias independentes perderam participação, especialmente as que estão mais concentradas em regiões centrais de grandes metrópoles. Esse grupo de empresas, entretanto, pode reinventar seu negócio e atuar como um ponto de distribuição do grande varejo.
Fonte: Panorama Farmacêutico