Abajures, itens de decoração, aparelhos para a cozinha, tintas e pequenos objetos para a casa. Os produtos domésticos serão uma das categorias que mais irá crescer no comércio eletrônico nos próximos anos.
De acordo com um levantamento da Bloomberg Intelligence, a venda de pequenos itens para casa deve crescer de 10 a 12% ao ano até 2022. Esses itens ainda representam uma porcentagem pequena no comércio eletrônico, de menos de 2% das vendas.
Mas, na medida em que os lojistas passam a oferecer esses itens, o interesse dos consumidores também cresce. “Portanto, a disponibilidade é o principal motivo de crescimento da categoria, seguido da crescente adoção do cliente e da melhoria da economia”, diz a analista sênior da Bloomberg, Julie Chariell.
Atualmente, a maior categoria é a de eletrodomésticos, que representa 17% do mercado de comércio online no Brasil. Com crescimento de 32% em 2017, a categoria foi beneficiada pelo modelo de marketplace, no qual terceiros muitas vezes pequenos podem oferecer seus produtos em portais maiores.
Ela também deve ser uma das mais representativas no futuro, cerca de 10,5% ao ano nos próximos cinco anos. No entanto, enquanto a categoria de eletrônicos já é mais madura, a de produtos domésticos é uma novidade no mercado.
“Enquanto as vendas de aparelhos online são mais maduras, a disponibilidade de outros produtos domésticos, como pequenos utensílios de cozinha, ferramentas e decoração, é mais recente. Assim, eles ganham o interesse do cliente”, explica Chariell.
Combinados, os segmentos de produtos e cuidados com o lar representaram 10,6 bilhões de reais em vendas online em 2017, ou uma participação de 19% no mercado de comércio eletrônico no Brasil. Em segundo lugar estão itens de mídia, como livros, filmes, videogames e música, tanto impressos como digitais e, em terceiro, itens de beleza e cuidados pessoais.
A vantagem de ser puramente digital
Os maiores provedores de produtos domésticos são o Mercado Livre e a B2W Cia Digital (que controla a Americanas.com e o Submarino), mas a Amazon e o Walmart também ganham espaço no mercado. Três dos líderes são puramente digitais, o que é uma tendência de todo o comércio eletrônico.
De acordo com o relatório, as redes varejistas físicas, como Camicado e Sodimac, são especializadas em itens para casa e também vendem seus produtos on-line. Mas elas têm uma seleção mais restrita de tipos de produtos em comparação com as ofertas de seus concorrentes totalmente digitais.
Além disso, “observamos que a Camicado e Sodimac vendem muito mais produtos caros, incluindo importações, para um conjunto menor de compradores topo de linha”, diz a analista, enquanto outros têm uma variedade maior de preços.
Isso ocorre porque os especialistas on-line criaram mercados onde terceiros anunciam seus produtos. Eles recrutaram milhares deles, então a quantidade de produtos disponíveis também está em milhares, afirmou a analista.
Os vendedores puramente digitais também apresentaram mais vantagens ao consumidor do ponto de vista da entrega e do atendimento. O Mercado Livre, responsável por 19,3% das vendas de todo o comércio eletrônico brasileiro em 2017, teve o melhor desempenho nas vendas de itens domésticos em pesquisa feita pela Bloomberg, com melhores ofertas, preços e opções de envio. Logo atrás, está a B2W.
Se os varejistas tradicionais não investirem em seus negócios digitais, elas tendem a ficar para trás, afirma a analista. Bons exemplos de empresas que investiram no segmento são Walmart, Magazine Luiza e Americanas, com a B2W, diz a pesquisa.
“Embora eles possam manter sua clientela de alto nível online ou off-line, o crescimento com foco apenas nesse público provavelmente será limitado. Ainda assim, eles têm que estar online, com bom serviço e disponibilidade, porque é cada vez mais como seus clientes desejam comprar. Esta é uma despesa necessária”, afirmou Charriel.
Fonte: Exame