Fabio foi o primeiro robô assistente a ser contratado na Escócia, mas foi demitido uma semana depois. Isso pois ele começou a irritar os consumidores ao responder perguntas de maneira vaga – e mostrou que robôs assistentes precisam evoluir um pouco mais.
O robô “ShopBot” foi desenvolvido na Heriot-Watt University e assumiu o trabalho em uma loja Margiotta, em Edimburgo. Quando Fabio chegou, teve uma boa recepção, dando high fives, abraços e recebendo os clientes com boas-vindas carinhosas.
Mas o encanto foi embora quando Fabio começou a responder suas perguntas. Ao ser perguntado onde estava a cerveja no supermercado, o robô respondeu “está na seção de álcool”. O problema é que o robô estava sendo muito literal e deixando de informar corretamente os clientes.
Além disso, Fabio enfrentou problemas ao se locomover pelo supermercado, para direcionar os clientes aos produtos desejados e também para ouvi-los, pois o ruído de fundo o atrapalhava.
Fabio acabou mudando de função: ao invés de ficar nos corredores, ajudando os clientes, passou a ajudar na amostragem. Mesmo assim, sua performance não foi boa – no tempo em que ele persuadia duas pessoas para provarem um snack de porco, seus colegas convenciam 12 pessoas. Não restou outra opção além de mandar Fabio embora.
E, quando isso aconteceu, Fabio perguntou a quem o demitiu: “você está bravo?”. Alguns funcionários se emocionaram com a cena, e pela falta que o robô faria – apesar do desempenho ruim. “Uma das coisas que não esperávamos é que as pessoas que trabalham na loja ficassem apegadas ao robô. Isso foi bom, porque pensávamos que aconteceria o oposto e eles se sentiriam ameaçados porque o robô estaria competindo por seus empregos”, disse o Dr. Olive Lemon, inventor do Fabio e diretor do Interaction Lab na universidade Heriot-Watt.
Para o Dr. Lemon, a experiência de Fabio não foi uma falha total. “Na verdade, os funcionários acreditaram que era uma melhoria, já que o robô era capaz de lidar com perguntas frequentes e tediosas, como os clientes sempre perguntando onde estavam as coisas”, disse.
Mas Luisa Margiotta, uma das gerentes da loja, tem uma opinião diferente. “Nossos colaboradores conhecem nossos clientes fiéis muito bem, e nós podemos ter conversas baseadas em nossas rotinas. Eu duvido que robôs possam substituir isso. É possível, eu acredito, que robôs possam nos ajudar em papéis como no estoque, mas eu duvido que eles eliminem a necessidade de interação humana”, finaliza.
De fato, a tecnologia nunca poderá substituir a interação humana, mas poderá diminuir a intensidade que precisaremos dela – o que nos permite deixar de realizar tarefas mecânicas e maçantes para nos concentrarmos em tarefas realmente importantes.
Fonte: Startse