Superação, persistência e garra para atravessar um ano tão difícil como está sendo o de 2020. Foi nesse tom descontraído, de muitos aprendizados, que a SuperVarejo conversou com o Pedro Joanir Zonta, fundador-presidente do Condor Super Center, nesta terça-feira (24).
Além de estar há 46 anos conduzindo o Condor – que começou como um mercadinho em Curitiba (PR) e hoje é uma rede com 55 lojas, entre super, hipermercados e centro de distribuição, em 20 cidades do Paraná e Santa Catarina, reunindo mais de 14 mil colaboradores -, Zonta teve que enfrentar também o coronavírus este ano.
“Conseguimos nos adaptar aos 17 protocolos municipais e atender mensalmente os nossos quatro milhões e meio de clientes, com todos os cuidados e sem desabastecimento. Mas nesse meio tempo, de um dia para o outro, comecei a sentir tontura, fraqueza, fiz os exames e fui internado na UTI. Quase fui entubado se não fosse pela equipe médica e as medicações, na hora certa”, revela.
Passado o susto e se recuperando bem, o executivo retomou os trabalhos na loja e pôde presenciar o e-commerce da sua rede aumentar o faturamento de 1% para 6%, entre os meses de maio, junho e julho, com leve queda a partir do mês de agosto, mantendo-se em 2,5%. “Antes os clientes compravam mais pela internet porque não podiam ir ao supermercado, principalmente os idosos e gestantes, mas na primeira oportunidade que tiveram notamos que eles acabaram voltando”, afirma.
Sendo assim, Zonta acredita que uma das tendências para 2021 seja a procura por mais praticidade, dependendo do preço oferecido por ela, e a maior proximidade das famílias dentro de casa. “Quem teve uma boa experiência no e-commerce vai continuar e quem não teve vai ficar na dúvida. Além disso, o prazer de se reunir com a família e conviver mais de perto também deve permanecer e isso sem dúvida vai favorecer os supermercados”, antecipa o empresário, confirmando cerca de três inaugurações de lojas para o próximo ano.
Quanto às vendas de Natal, Zonta também é otimista, afinal, poucas pessoas devem viajar por causa das restrições da pandemia e, consequentemente, se reunirão mais para as ceias, em pequenos grupos, se os números da Covid-19 estiverem estáveis. “Por conta disso, o setor supermercadista será novamente fundamental neste tipo de abastecimento”, afirma.
É claro que com tantas oscilações nos números de infectados pelo coronavírus fica difícil para o varejo alimentar fazer muitas projeções, mas o que se sabe é que com o número de desempregados aumentando cada vez mais e dos gastos que o Governo Federal para conter essa crise, 2021 não será um ano fácil.
E no caso do varejo alimentar, o executivo acredita que os novos formatos que apareceram devem permanecer no ano que vem, desde que o cliente esteja disposto a pagar pelo custo, que tende a ser mais alto por conta da logística que também é cara. “Tudo vai depender da disposição do cliente em pagar mais pelo conforto que vai ter, levando-se em consideração que a economia não vai se recuperar tão rápido e que é preciso considerar a possibilidade de uma segunda onda do vírus, que se vier, será preciso fazer mudanças parecidas com as que fizemos este ano”, fica a dica.
Fonte: SuperVarejo