Os empresários do setor supermercadista estão cautelosos sobre os resultados de vendas, taxas de juros, inflação e empregos. A constatação é da Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) de janeiro, que mostra que a neutralidade avançou de 28% em dezembro para 50% em janeiro, ou seja, é a maior queda no otimismo.
O resultado é esperado no começo do ano, quando muitos empresários revisam seus números no pós-Natal, ainda mais quando se registram seis meses seguidos de aumento na expectativa do setor, como explica o economista da APAS, Thiago Berka,.
“O principal motivo para os empresários adotarem uma postura mais conservadora no início de 2020 pode ser explicado pela alta inflação dos supermercados em 2020 de 5,3% (número acima dos 4% projetados pela APAS no início de 2019). O principal motivo para esse aumento foi a súbita alta no preço das proteínas, impulsionado pela exportação para a China e preço da arroba do boi”, avalia o economista, que ressalta que o valor das carnes já iniciou o ano em queda, refletindo o novo preço da arroba do boi. Para ele, o pior já passou e, desta forma, a APAS volta a projetar teto da inflação em 4% e piso de 3% para este ano.
Para 2020, o crescimento real previsto é de 2,44% na comparação com 2019 e um aumento no número de empregos formais para 12 mil novas vagas líquidas. Se consolidado, o estoque de empregos para 2020 será de 558,2 mil trabalhadores no setor contra os 546,2 mil de 2019. “O faturamento do setor no estado deve chegar em 103 bilhões em 2020 maior do que os 101,4 bilhões projetados para 2019. Os números também são puxados graças ao aumento de 300 novas lojas previstas para 2020, totalizando 29,7 mil estabelecimentos”, explica Berka.
Fonte: SuperVarejo