Por Talita Nascimento, Cynthia Decloedt, Altamiro Silva Junior, Matheus Piovesana | A rede de supermercados St Marché quer levantar até R$ 300 milhões por meio de uma oferta privada de ações para dobrar o faturamento da companhia, para R$ 2,8 bilhões, em cinco anos, disse à Coluna o presidente, Bernardo Ouro Preto. Ele nega que a parcela do fundo L.Catterton esteja à venda, como circulou no mercado, e diz que a atração de um novo sócio via captação primária visa puramente o desenvolvimento do negócio.
O investimento, explica o executivo, deve levar à diluição dos atuais sócios. O fundo L.Catterton é o maior acionista, com cerca de 70% da companhia e seguirá na empresa, de acordo com Ouro Preto.
Após circular no mercado comentários de que estaria à venda, a St Marché chegou a ser procurada por outras redes de varejo interessadas em uma possível compra. No entanto, a companhia não evoluiu com as conversas.
Para capitalizar a empresa, a rede de supermercados contratou a gestora Vinci. “O nosso propósito é levantar capital para crescermos. O que estamos negociando com fundos é para capitalizar a empresa para dobrarmos nosso tamanho nos próximos cinco anos. Esse é o nosso interesse. É para isso que contratamos a Vinci.”
A Coluna apurou que os donos do Oba Hortifruti chegaram a sondar o negócio e que grandes redes regionais, incluindo da região Sul, também procuraram a empresa, pois acreditam ser essa uma oportunidade de entrar em São Paulo. Ouro Preto, porém, não comenta nomes específicos e se limita a dizer que está focado na operação de capitalização que toca com a Vinci.
Empresa fez movimento parecido em 2016
A estratégia atual da rede é parecida com o que a empresa fez em 2016, quando a L.Catterton injetou R$ 220 milhões e se tornou sócia da companhia. A empresa, à época, faturava cerca de R$ 500 milhões por ano e, em 2024, deve fechar os 12 meses com R$ 1,4 bilhão em vendas.
O modelo de negócios da St Marché busca clientes do segmento premium, uma estratégia próxima à do Pão de Açúcar, que, por sua vez, vê o Casino – ex-controlador – planejando um desembarque total do negócio.
Questionado sobre a rentabilidade do negócio, Ouro Preto diz que, comparado com as empresas de capital aberto, o St Marché chega a ser mais de 50% mais rentável na linha do Ebitda, embora o lucro seja pressionado pelas taxas de juros elevadas do País.
Fonte: Estadão