A Sonae Sierra vem observando melhora da performance de shoppings e lojistas há mais de um ano e entende que 2019 manterá esse panorama de recuperação. Não é, porém, caso de euforia, considerando que o varejo depende fortemente da restauração dos níveis de emprego, por sua vez sujeitos à implementação e à intensidade de importantes reformas pelo novo governo Bolsonaro.
“O ambiente está positivo, mas não vemos grandes saltos”, diz Carlos Correa, CFO da Sonae Sierra Brasil. “Nós, do setor de shoppings, nos apoiamos muito no consumo, que anda meio cambaleante. As reformas são relevantes para dar um novo fôlego principalmente ao emprego.”
A evolução da agenda de reformas também será fundamental para dar o tom dos investimentos daqui para a frente. “Confiança é a chave para investimentos. Nós, como investidores, também estamos num certo compasso de espera para saber o que acontece. Não temos feito grandes aportes”, conta ele, que participou do Brazil GRI 2018 e falou ao GRI Hub, para a série ‘Setor imobiliário em 2019’.
Reformas de empreendimentos
Por enquanto, o que a Sonae Sierra planeja em termos de aportes no País está restrito a reformas de empreendimentos existentes e alguma expansão constante do pipeline, aguardando demanda maior dos lojistas. “Lembrando de que, há dois anos, nem isso estávamos fazendo. Tínhamos parado tudo. Voltamos aos poucos; entretanto, ainda estamos cautelosos, na expectativa de uma recuperação mais forte”, justifica o executivo.
As referidas reformas dizem respeito principalmente a atualizações dos centros de compras e recomposição do mix. “Em alguns shoppings, temos promovido a introdução de novos negócios. Há muito restaurante, lazer e experiência entrando, substituindo algumas atividades que já perderam atratividade. O fato de existir loja vaga acaba sendo bom nesse aspecto.”
Correa conta também que o grupo está preparando novidades no mundo digital voltadas a ampliar a experiência dos consumidores. Anúncios nessa seara virão em 2019. Contudo, ele prefere não adiantar detalhes.
Brasil como prioridade
O CFO analisa que o Brasil, na comparação com outras áreas do globo, tem ainda condição para ampliar bastante o varejo que passa pelos shoppings. “Isso nos dá um horizonte muito bom para o futuro. Para investimentos do grupo, o Brasil é sempre prioritário na lista. É claro que o curto prazo não permite muito isso, mas, como temos uma visão de médio e longo prazos, acreditamos que o País é o lugar”, afirma. “O setor de shoppings aqui ainda é muito pequeno e pulverizado.”
“Para investimentos do grupo, o Brasil é sempre prioritário. É claro que o curto prazo não permite muito isso, mas, como temos uma visão de médio e longo prazos, acreditamos que o País é o lugar”
Com esse olhar à frente, a participação do Brasil no portfólio da Sonae Sierra, hoje em torno de 20% a 25%, tende a crescer. “Estamos só esperando as coisas engrenarem no País para nos sentirmos mais confiantes e então fazer grandes investimentos”, antecipa Correa.
Fonte: GRIHub