O percentual de redes de hiper e supermercados com probabilidade de não honrar suas dívidas passou de 4% para 8% em junho deste ano, contra o mesmo período de 2014, conforme levantamento da Serasa Experian feito com 300 cadeias de varejo. A alta de quatro pontos percentuais está relacionada à piora na situação financeira das lojas. No setor atacadista, pulou de 7% para 13% e em eletroeletrônicos e móveis, de 9% para 18%.
Receita em queda, atraso nos recebimentos de suas vendas e dificuldades em rolar dívidas levaram a problemas de liquidez nas unidades, especialmente a partir do segundo semestre de 2015. As altas taxas de juros em bancos e a baixa disponibilidade de crédito para as empresas menores também pioraram o cenário, na visão de especialistas. O estudo também analisou indicadores como rentabilidade sobre o patrimônio, endividamento e margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, para o intervalo de 2014 e 2015.
Para a classificação, a Serasa ainda considera fatores como pedidos de falência, ações ou protestos de títulos ou notas no país. Cada variável possui um peso, que, quando combinado a outro, pode gerar um pontuação maior, caracterizando o nível do risco. Entre os 12 setores analisados, o risco geral de insolvência passou de 11% em junho de 2015 para 27% no mesmo período deste ano – a maior expansão na análise. O segmento em pior situação é o de vestuário cujo índice passou de 11% para 27%. O único segmento em melhor situação é o de artigos de casa e decoração, com queda no índice em um ano, de 10% para 8%.
Os números fazem parte de um ranking anual do varejo – que passou a incorporar dados da situação financeira das redes – com coordenação do Centro de Inteligência Padrão, em parceria com a Serasa Experian e o Insper.