Em meio a um cenário de recorrentes mudanças no varejo, os shoppings centers vão se realinhando para seguir atendendo as expectativas e demandas dos consumidores. É como explica Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em entrevista exclusiva para o jornal Giro News. Independente dos shoppings terem, ou não, estilos de lojas específicas (como as lojas locais ou regionais), os empreendimentos buscam se diferenciar para atender a um tipo específico de consumidor. “As ações e diversificação do mix de lojas são pensadas estrategicamente para atender os anseios dos clientes. Além disso, há um esforço grande em se comunicar com a comunidade, por meio de atividades específicas ou eventos que convidam os consumidores”, explica Humai. Porém, o presidente da Abrasce reforça a importância das lojas âncoras para o segmento, adverte: “são fundamentais para o crescimento do fluxo de visitantes e de vendas”.
Mescla Entre Lojas Âncoras e Regionais
Reforçando esse cenário, o Bragança Garden, situado no interior de São Paulo, é um bom exemplo de como trabalhar com lojas regionais – atualmente, 50% das lojas do shopping são locais ou regionais. Segundo o superintendente do shopping, Arno Krug, “o consumidor ganha muito, já que atende ao público local, com produtos direcionados e o melhor entendimento às suas necessidades”. Em relação as lojas âncoras, Krug destaca: “são essenciais para um empreendimento, pois trazem um mix de produtos que atende a diversos públicos consumidores”. O jornal Giro News também conversou com Bruno Ramos, superintendente do Mais Shopping, da Zona Sul de São Paulo, que concordou quanto a importância das âncoras para o fluxo de pessoas. “Podemos mencionar, por exemplo, a rede de cinemas Cinépolis que atraem em média 3.000 pessoas por dia”, ressalta.
Outlets São Tendência no Segmento
Humai, da Abrasce, também adianta que o segmento de outlets está ganhando cada vez mais espaço nos shoppings. “Os outlets estão crescendo, principalmente diante da procura dos consumidores por itens mais acessíveis e de qualidade. A tendência é que o mercado conte mais desse tipo de modelo e a projeção da Abrasce é que até 2019 haja 16 operações de outlets no Brasil”. O presidente também destaca os complexos multiusos como uma alternativa para o mercado. “O número de espaços abertos deve aumentar, já que 46% da geração Z – jovens com maior intimidade com a tecnologia – pedem por empreendimentos com mais espaços abertos, sem abrir mão da tecnologia e 48% querem espaço de integração nos estabelecimentos”.
Setor Deve Crescer 5%
Além disso, o segmento soma 558 shoppings em operação no país e a expectativa é que sejam inaugurados mais 29 até o final de 2017. “Vemos o ano de 2017 com otimismo, acreditamos em uma retomada da economia e esperamos crescer 5% em 2017”, conclui Glauco Humai. Além disso, em 2016, os shoppings centers faturaram R$ 157,9 bilhões – 4,3% a mais do que no ano anterior. Entre o número de empregos, o setor fechou o ano passado com 1 milhão de empregos diretos, principalmente, em decorrência da abertura de 20 novos empreendimentos.