Por Allan Ravagnani | A agência de classificação de riscos Fitch Ratings deu uma perspectiva “neutra” para o setor de shoppings centers no Brasil em 2024, destacando os fundamentos fortes da indústria sustentados pela natureza defensiva do negócio, que se apoia em contratos de médio prazo, com uma base de locatários fragmentada e qualidade da carteira dos ativos das principais administradoras.
A Fitch acredita que os shopping centers continuarão reportando forte desempenho operacional em 2024, com aluguéis reajustados pela inflação, taxas de ocupação altas e inadimplência limitada.
“Estes fatores, em conjunto com a base relevante e madura do portfólio das principais operadoras, devem permitir a manutenção de margens elevadas, bem como o contínuo crescimento da geração operacional de caixa”, afirmou Natália Brandão, analista sênior da área de finanças corporativas da Fitch.
Na parte das operações de fusões e aquisições, os negócios devem ser gradualmente retomados, segundo a agência, após alguns anos de atividade reduzida, sendo que as compras/vendas de participação de ativos devem permanecer aquecidas.
“Um novo ciclo de projetos greenfield, entretanto, não deve ser anunciado no curto prazo, devido aos desafios enfrentados pelas varejistas”, ressaltou.
Allos, Iguatemi e Multiplan são avaliadas com o rating nacional de longo prazo “AAA(bra)”, que reflete seus baixos riscos de negócio, caracterizado por elevadas margens operacionais e forte geração de fluxo de caixa livre antes de dividendos.
“Suas relevantes escalas de operações atuam como fatores-chave para os ratings, junto com balanços sustentados por fortes reservas de caixa, reduzida alavancagem, disciplina financeira conservadora e ativos desonerados de elevada qualidade”, diz o relatório.
A General Shopping e Outlets do Brasil é avaliada com o rating “CC”, que incorpora sua enfraquecida base de negócios, limitada capacidade de geração de caixa, agressiva estrutura de capital e baixa flexibilidade financeira. A Fitch entende que a atual estrutura de da GSB é insustentável e que a companhia está fortemente exposta a um evento de inadimplência ou reestruturação da dívida.
Fonte: Valor Econômico