Você provavelmente já passou boas horas em um shopping center. Corredores cheios, vitrines encantadoras, aquele vai e vem de pessoas e uma imensidão de possibilidades que os centros de compras nos oferecem. Mas, com o passar do tempo, muitas coisas mudaram e as tecnologias invadiram as nossas vidas, roubaram a nossa atenção e a pergunta que mais escuto em eventos do setor e em conversas com varejistas é: os shopping centers deixarão de existir? Respondo com toda certeza, sem titubear: os shoppings nunca deixarão de existir, mas precisarão conhecer, entender e conversar com os novos consumidores para manter a sua relevância.
Neste sentido, cada vez mais, os centros comerciais têm se convertido em espaços multiuso de convívio e partilha, apostando principalmente em serviços, alimentação e conveniência, com o objetivo de suprir todas as necessidades dos clientes em um só lugar.
Mas queremos mais que isso. Queremos que os visitantes se sintam maravilhados a cada visita, que pequenos detalhes contribuam para que a jornada dele seja surpreendente e totalmente sem ruídos. Para isso, precisamos e comprar a efetividade dessas mudanças para todos os públicos: os clientes, os lojistas e os investidores.
Diante do atual cenário, no qual os lançamentos de shoppings estão estacionados, tivemos que repensar o modelo de negócios e iniciar a reconfiguração dos centros de compras para torná-los espaços muito mais públicos e atrativos. No estacionamento, luzes indicam as vagas disponíveis. Nos corredores, áreas de descanso para relaxar, mesmo que por poucos minutos em um dia corrido. Por todo o empreendimento, tomadas para recarregar os devices.
Um recente relatório do Coresight Research aponta que as tendências dos shoppings até 2023 contemplam espaços com menos foco em vestuário e uma atuação muito mais como ponto central que inclua diversas soluções aos consumidores. Por exemplo, uma loja, além vender roupas, tem um bar que serve bebidas e comidas e realiza atividades de entretenimento, o que a transforma em um autêntico ponto de encontro.
Alguns caminhos podem ser apontados para manter os empreendimentos um negócio rentável com diversos elementos agregadores. O primeiro é o esporte. Usar a atividade física e o lazer como ativação dos espaços do shopping que hoje não são usados e que podem atrair novos clientes. Outro ponto é promover o shopping e o espaço público como lugar lúdico, levando os clientes a frequentarem novos locais para brincar, ler, estudar, descansar e até mesmo trabalhar.
Uma frente que se consagrou nos últimos anos é a gastronomia, elemento de interação social e que reúne diversas culturas, colaborando para uma experiência completa nessa área. Segundo a pesquisa “Perfil do Frequentador de Shopping Centers”, realizada pela Abrasce, alimentação representa hoje a segunda principal razão de visita aos shoppings. E é com base em dados como esse que o mercado tem buscado oferecer para o público possibilidades que atendam os mais variados perfis – seja para um lanche rápido, um café ou happy hour com amigos até opções como um almoço de negócios ou com a família. Comodidade, segurança, infraestrutura completa e fluxo de pessoas constante são alguns dos atributos que tornam os shopping centers espaços ideais para a abertura de restaurantes e franquias de grandes marcas.
Com todas essas mudanças, queremos que os clientes se identifiquem com as novas formas dos shopping centers e que as empresas que administram esses ativos utilizem essas informações em suas tomadas de decisões para que esses espaços continuem como uma das principais opções quando pensamos em investimentos sólidos. Para mim, está claro: os shoppings estão vivos e continuaremos a adaptar formatos e ofertas de acordo com o novo estilo de vida dos consumidores.
Fonte: Novarejo