A ideia é melhorar os processos de envio, reduzindo prazos — a Shopee tem alto volume de venda e isso leva a um giro de milhares de produtos ao dia
Por Adriana Mattos
Enquanto varejistas locais reveem suas estruturas de custos na operação on-line, a Shopee, da Sea Limited, de Cingapura, aumentou a sua logística no Brasil. A empresa abriu mais cinco centros de distribuição nos últimos meses, no modelo “cross-docking” (produto é distribuído ao local de entrega sem longos períodos de armazenamento).
A empresa antecipou ao Valor que essas centrais estão localizadas nas cidades de São João do Meriti (RJ), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Contagem (MG) e Santana do Parnaíba (SP). Nestes três últimos municípios, a nova estrutura começou a operar em junho. A empresa não informa investimentos.
O centro já inaugurado em Barueri (SP), o primeiro da Shopee no Brasil, que funciona desde o ano passado, está temporariamente sem operar neste momento, e o Valor apurou que ele deve passar por uma modernização. A área que vinha sendo coberta por Barueri agora é atendida por Santana do Parnaíba.
Pelo sistema da Shopee, parceiros logísticos coletam os produtos, que são direcionados para a unidade cross-docking mais próxima para serem encaminhados aos clientes. Com as novas centrais, a ideia é melhorar os processos de envio, reduzindo prazos — a Shopee tem alto volume de venda de mercadorias de preço unitário baixo, e isso leva a um giro maior de milhares de produtos ao dia, o que exige um sistema mais robusto de distribuição.
Meses atrás, parceiros da empresa relataram que o forte aumento nas vendas em datas comerciais relevantes levou a gargalos na entrega, e a empresa teria relatado a eles previsão de aumento nos investimentos em estrutura.
A empresa possui cerca de 10 parceiros logísticos, além dos Correios. Há mais de 150 vagas abertas na Shopee em logística.
Esse movimento ocorre num ambiente de revisão de despesas por parte das plataformas on-line brasileiras, desde que a venda no digital perdeu fôlego.
Lojistas que vendem pela Shopee têm comentado ainda que a empresa no Brasil começou a usar pontos de coleta de mercadorias da empresa Pegaki. Em comunicado enviado a eles em março e abril, a empresa fala que essa solução será instalada “gradativamente” no país.
Parte dos “sellers” podem deixar seus produtos já vendidos em postos da Pegaki já existentes em algumas cidades, e a Shopee deixa de fazer a coleta diretamente nesses vendedores — neste caso, são elegíveis para o Pegaki os lojistas que usam o Shopee Xpress, sistema próprio de logística que começou a ser testado no Brasil em 2021.
Há pontos do Pegaki, de uso da Shopee, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, num modelo de agência com semelhanças ao do Mercado Livre.
Nesse caso, o desafio é ter um maior número de ponto de coleta próximo dos vendedores, para acelerar o envio, reduzindo prazos de entrega.
Fonte: Valor Econômico