Em meio à crise provocada pela pandemia de covid-19, indústrias de calçados fazem adaptações no sistema produtivo para doar ao setor de saúde pública máscaras, calçados especiais e outros itens de uniformes do setor de saúde. As empresas Alpargatas, Arezzo & Co, Ramarim, Grupo Dass e Klin anunciaram a produção para doação de 264 mil máscaras e pouco mais de 128 mil pares de calçados.
“Algumas empresas desenvolveram iniciativas para ajudar o setor de saúde, ao mesmo tempo em que lutam para se manterem operando”, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira.
De acordo com a Abicalçados, existem indústrias de calçados paralisadas em vários Estados. Em Franca (SP), polo de produção de calçados masculinos, a Prefeitura determinou o fechamento de fábricas e do comércio na semana passada. O Ceará, que é um polo de produção de sandálias, e algumas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, que são exportadores de calçados, também entraram em quarentena, afetando o funcionamento das indústrias do setor.
O Grupo Dass, de Ivoti (RS), que fabrica tênis esportivos de marcas como Fila e Umbro, anunciou a produção de 35 mil máscaras e 450 jalecos. Os itens serão doados para hospitais e postos de saúde do Rio Grande do Sul.
O Grupo Ramarim, de Nova Hartz (RS), informou que doou pouco mais de 1 mil pares de tênis para hospitais públicos no Rio Grande do Sul e na Bahia, onde possui fábricas. A doação soma aproximadamente R$ 50 mil.
A Alpargatas anunciou a doação de 100 mil pares de Havaianas e 100 mil kits com alimento, produto de higiene pessoal e limpeza, para comunidades carentes no país. A empresa também faz adaptações nas suas fábricas para produzir 200 mil máscaras e 18 mil pares de calçados para uso hospitalar.
A Arezzo também anunciou a doação de 25 mil máscaras e 10 mil pares de sapatos para hospitais da rede pública. A companhia mobilizou fornecedores de tecidos, fábricas e a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul para produzir as máscaras de proteção. Mais de 12 fábricas cederam maquinários para que um grupo de voluntários produzisse o primeiro lote e um fornecedor de embalagens assumiu a organização em pacotes de 100 unidades.
A Klin, fabricante de calçados infantis de Birigui (SP), produziu 4 mil máscaras de segurança. Os itens foram entregues para os funcionários e seus familiares e para instituições que atendem idosos.
A marca Boaonda, de Sapiranga (RS), de calçados de segurança, doou dezenas de pares ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. A Paquetá, também de Sapiranga (RS), também doou pares de suas marcas para o Hospital Regina, em Novo Hamburgo.
Algumas empresas também fizeram doações que indiretamente vão ajudar hospitais. A marca Renata Mello, de São João Batista (SC) doou 1,5 mil metros de sarja e 200 metros de cordão para a produção de máscaras na Bahia, onde tem fábrica.
Fonte: Valor Econômico