Os tempos não estão fáceis para o varejo. Ainda assim, vários segmentos seguem prosperando. A maioria deles, entretanto, não consegue deixar de prestar atenção nos passos da Amazon. Não é fácil encontrar algum segmento que esteja livre das ameaças da companhia, que investe e amplia cada vez mais sua atuação.
No entanto, há um segmento que não está preocupado com a Amazon, segundo o eMarketer. Pelo menos nos Estados Unidos, a indústria fitness está se mostrando um segmento vencedor do varejo e, cada vez mais, vem ocupando vagas em shoppings, antes ocupadas por lojas de roupa ou de departamentos, que recentemente têm fechando suas portas no país.
Por aqui, no Brasil, o setor também tem se destacado. A preocupação cada vez maior dos consumidores por saudabilidade tem colocado o mercado fitness em destaque. Aqui, além de redes de academia, como Smart Fit, estarem crescendo, a de alimentos saudáveis, como Natural da Terra e Mundo Verde, também têm nadado em oceano azul.
“É um setor que não foi atingido pela Amazon, o que é um fator importante”, disse ao eMarketer Randal Konik, analista da Jefferies. A indústria fitness dos EUA viu o número de academias aumentar anualmente até chegar às mais de 36.500 unidades no começo deste ano, um crescimento total de 36% desde 2005, de acordo com dados da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA, ou Associação Internacional de Saúde, Raquetes e Clube de Esportes, em tradução livre).
Crescimento sem fim
Ainda segundo a IHRSA, mais de 66 milhões de americanos usaram algum tipo de academia em 2016, um recorde, desde 1987, quando a associação começou as estatísticas. Como resultado, o segmento cresceu cerca de 7%, atingindo US$ 27,6 bilhões no ano passado.
As boas notícias não param por aí: os dados da IHRSA sugerem que há muito espaço para crescer: menos de 20% dos 300 milhões de americanos com mais de 6 anos frequentam algum tipo de clube de esportes.
Vale ficar de olho em uma característica interessante no mercado norte-americano que pode se repetir no Brasil. O setor inteiro tem um retorno positivo, de modo geral. Mas vale destacar que o maior crescimento é visto entre academias mais baratas, redes que cobram até US$ 20 ao mês. Elas cresceram cerca de 70% nos últimos dois anos, segundo o eMarketer.
Outro segmento que cresceu – sua fatia de mercado aumentou de 21% em 2013 para 35% em 20215 – foi o de academias boutique, aquelas luxuosas. Academias de preço médio, no entanto, estão espremidas: elas cresceram apenas 2%, mostrando que, de fato, o consumidor pode estar mudando de comportamento em relação ao mundo fitness.
Fonte: Novarejo