Mais de um século após seu avô ter fundado a empresa, o herdeiro de 31 anos da maior rede de livrarias do Brasil se meteu em uma briga amarga com o maior acionista da companhia. A batalha que está sendo travada na Justiça brasileira e nas salas do conselho ocorre em um momento em que as ações da livraria de 102 anos caíram 26% neste ano e depois de uma queda de 88% nos últimos cinco anos.
A GWI Asset Management acusou a Saraiva SA Livreiros Editores e o presidente Jorge Saraiva Neto de levar a livraria à beira da insolvência por conceder remunerações excessivas para executivos e pela incompetência generalizada que trouxe prejuízos em seis dos últimos oito trimestres.
Para não ficar atrás, a Saraiva acusa a GWI de se envolver em manipulação de ações, diz que o presidente da gestora de ativos invadiu seu escritório ilegalmente e pede que os direitos do investidor como acionista sejam revogados, segundo documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A queda no valor da empresa está aniquilando os retornos para o mais antigo fundo administrado pela GWI – que foi fundada em 1995 e atende principalmente brasileiros descendentes de coreanos –, que perdeu 10% neste ano em um momento em que as ações do país estão registrando os maiores ganhos do mundo. Seu desempenho a coloca no grupo das 2% últimas colocadas entre seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A família controladora está sendo altamente criticada pelos minoritários por falhar na reestruturação — disse Bruce Barbosa, analista da empresa de assessoria de ações Empiricus Research, em uma nota para clientes. — Não sabemos onde esta novela pode parar e recomendamos distância segura (das ações)”.
Sinais de manipulação
Depois que a GWI tentou convocar uma reunião de acionistas, argumentando que eram necessárias medidas para tirar a empresa da “beira da insolvência”, a Saraiva recorreu à Justiça para suspender a assembleia, de acordo com fatos relevantes. Também pediu à CVM que investigasse sinais de manipulação de ações nas transações da GWI e acusou Mu Hak You – presidente da GWI e membro do conselho da livraria – de invadir ilegalmente o escritório da Saraiva em São Paulo durante um fim de semana prolongado de maio e de vasculhar documentos da diretoria.
A GWI nega as acusações e afirma que o investidor fez uma visita à sede da Saraiva em um dia útil durante o horário comercial, com conhecimento prévio dos diretores da Saraiva. A GWI diz que a decisão de pagar um bônus de R$ 3,4 milhões (US$ 1 milhão) à diretoria foi indevida considerando-se os prejuízos informados pela empresa.
A Saraiva, que tem um valor de mercado de cerca de US$ 31 milhões, não respondeu a um pedido de comentário. A GWI preferiu não comentar sobre a briga. As ações da Saraiva equivalem a cerca de 40% dos ativos do fundo acionário GWI Classic, segundo dados compilados pela Bloomberg. ficar atrás, a Saraiva acusa a GWI de se envolver em manipulação de ações, diz que o presidente da gestora de ativos invadiu seu escritório ilegalmente e pede que os direitos do investidor como acionista sejam revogados, segundo documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A queda no valor da empresa está aniquilando os retornos para o mais antigo fundo administrado pela GWI – que foi fundada em 1995 e atende principalmente brasileiros descendentes de coreanos –, que perdeu 10% neste ano em um momento em que as ações do país estão registrando os maiores ganhos do mundo. Seu desempenho a coloca no grupo das 2% últimas colocadas entre seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.