Os mais de cem anos de experiência no mercado ajudaram a Saraiva a se reinventar, acompanhando as mudanças no setor. Se em 1914 as estantes da primeira loja no largo do Ouvidor, no centro de São Paulo, abrigavam apenas livros usados, hoje os espaços das 110 unidades espalhadas pelo país —23 na capital paulista— exibem mais de 71 mil produtos.
A empresa foi eleita pela terceira vez consecutiva a melhor livraria da capital paulista pelas pessoas das classes A e B ouvidas pelo Datafolha, com 50% das menções. Emtre os paulistanos de 16 a 25 anos, a rede atinge 54% de lembranças.
A lembrança do público jovem, segundo Jorge Saraiva Neto, diretor-presidente da rede, deve-se às diversas ações e iniciativas direcionadas a esse perfil de consumidor, o mais engajado na compra de livros. Na lista das dez obras mais vendidas do ano passado na Saraiva, oito são do gênero “young adult” (jovem adulto), como “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” e “Como Eu Era Antes de Você”.
“A nossa ideia é ser um local de reunião e entretenimento, com ações exclusivas. Ao todo, entre lançamentos, sessões de autógrafos, encontro com fãs e leitura de histórias infantis, são realizados mais de 4.700 eventos em lojas por ano”, diz Saraiva Neto.
Outra estratégia da rede é a modernização dos pontos de venda, que ganharam novo layout e parceria com cafeterias como Starbucks, Havanna, Grão Expresso e Feito a Grão —30% já contam com essa conveniência.
A atuação da empresa não se resume às lojas: tem cerca de 300 mil itens à venda na internet. “A Saraiva foi uma das primeiras organizações a iniciar a venda on-line, em 1998. Por acreditar no potencial do digital, atuamos com o conceito multicanal, que integra lojas físicas, internet e dispositivos móveis”, afirma o diretor-presidente.
Mesmo com a crise econômica no país, a Saraiva investiu mais de R$ 29 milhões no varejo no ano passado —R$ 7 milhões a mais que em 2015. Fechou o período com receita bruta de R$ 1,8 bilhão e anunciando, para novembro, uma nova unidade no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste.
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Saraiva
Fundação: 1914
Unidades: 110 no país (23 delas na capital paulista)
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Os livros ainda são o carro-chefe?
Jorge Saraiva Neto, diretor-presidente da Saraiva – A categoria é, foi e sempre será o principal segmento da Saraiva. Temos um completo ecossistema de livros: físico, digital, o Lev [leitor digital da marca] e também as plataformas de autopublicação [Publique-se!] e de áudiolivros. Os livros acompanham as pessoas em todas as fases da vida.
A Saraiva tem projetos e ações de incentivo à leitura?
Nossa plataforma #LerFazBem faz ações como o patrocínio ao projeto Ninho de Livros, que são pequenas bibliotecas em forma de casa de passarinho no Rio e em São Paulo. Também atuamos junto à ONU e à Unesco no Dia Mundial do Livro, doando R$ 1 de cada livro vendido na data.
Fonte: Folha de S. Paulo