Se você já conhece o Uber provavelmente sabe que essa não é a única empresa de tecnologia que oferece transporte individual para cidades. Uma das rivais é a Cabify, uma companhia espanhola que desembarca no Brasil em maio, começando pela cidade de São Paulo, e promete oferecer um serviço de qualidade com preços competitivos, tanto em relação ao Uber, quanto aos táxis.
O valor de cada corrida será calculado com base na distância que será percorrida. O preço exato é informado ao cliente pelo aplicativo do Cabify. O tempo do percurso não é relevante na cobrança, somente a distância. O Uber, assim como os táxis, criam seus preços com base nesses dois quesitos, além da tarifa-base.
Duas categorias do serviço de transporte chegarão ao Brasil neste ano: O Cabify Light e o Cabify Executivo. A primeira concorre com o UberX, já a segunda, com o Uber Black – o que significa que os preços são mais baratos no Light e mais caros no Executivo.
Motoristas de táxis pretos, a mais nova categoria aprovada pela Prefeitura de São Paulo, também poderão fazer parte do Cabify, junto com pessoas que dirigem profissionalmente sem alvará.
A companhia assegura que toma medidas rigorosas na seleção de motoristas e que exige um alto nível de qualidade dos veículos cadastrados, levando em conta itens como seguro que tenha cobertura para o passageiro, ar-condicionado e histórico de acidentes do veículo.
Como a empresa ainda está em fase final de análise de mercado, ao mesmo tempo que aguarda regulações da Prefeitura de São Paulo, o preço por quilômetro percorrido ainda não está definido, assim como não está certo se o Cabify terá ou não uma tarifa básica.
A Cabify trabalha da mesma maneira que a Uber no que se refere aos motoristas. Eles não são funcionários, a empresa os vê como parceiros. A divisão da receita das viagens realizadas na cidade de São Paulo ainda não está definida. Em outros mercados, a empresa cobra de 15% a 25% do valor de cada corrida com o condutor.
EXAME.com conversou com Daniel Velazco Bedoya, chefe de operações da Cabify no Brasil, presidente da Cabify no Brasil. Confira os melhores trechos da entrevista a seguir.
Em quantas cidades a Cabify opera hoje?
Ao redor do mundo, 14, em cinco países. O plano agora é dobrar o número de cidades. Nos próximos meses devemos chegar a mais países também. Temos 300 funcionários no mundo inteiro e abriremos em breve um escritório em São Paulo e contratar mais pessoal.
Então, o Brasil tem potencial para ser o seu maior mercado. Esse é o plano?
Com certeza. O potencial do mercado brasileiro é enorme. Nossa proposta é trazer uma alternativa de transporte muito melhor pro lado do passageiro e do motorista e consolidar o mercado rápido.
Os motoristas são parceiros, não funcionários?
Sim, eles são nossos parceiros.
Empresas como a Uber oferecem preços competitivos no transporte individual urbano. Mas isso acontece por conta de dinheiro de rodadas de investimento e, em algum momento, isso deve acabar. O quanto você diria que a Cabify está longe de um break even?
O break even está longe, uma vez que estamos em plena estratégia de expansão. O burn de capital é muito grande, ainda mais em operações jovens. Mas calculamos todos os nossos investimentos e até potenciais subsídios que possam ocorrer – inclusive, no Brasil não sabemos se teremos isso ou não – de maneira consciente, avaliando como ficaria a situação sem o subsídio. Não adianta oferecer preço baixo por um tempo, retirar o subsídio e derrubar o nível de satisfação do nosso parceiro (o motorista). Qualquer aumento de subsídio ou de campanhas é muito bem pensado, utilizamos isso como último recurso. Não é nosso foco para o crescimento e isso explica porque não crescemos tão rápido em todos os mercados. O subsídio é uma faca de dois gumes e é preciso ter cuidado com ele.