A Guararapes, controladora da varejista de moda Riachuelo, espera melhora nos indicadores de vendas em lojas abertas há mais de um ano (“mesmas lojas”) e na margem bruta do segundo trimestre. A reversão de tendência começou a ser percebidas pela empresa desde março, segundo o diretor financeiro, Tulio Queiroz. No primeiro trimestre, a rede apresentou queda de 3% nas vendas em “mesmas lojas”, na comparação com igual período de 2015. O lucro líquido caiu 87%, para R$ 11,1 milhões.
“Começou um jogo totalmente novo a partir de março”, disse Queiroz ontem, em teleconferência para analistas de mercado. De acordo com ele, a companhia encerrou em fevereiro um ciclo de redução de estoques que permeou o ano de 2015.
O executivo afirma que as vendas ‘mesmas lojas’ em março foram “substancialmente melhores” em comparação aos meses de janeiro e fevereiro. Além disso, por conta da chegada da coleção de outono-inverno às lojas e a redução da intensidade de liquidações na comparação anual, a margem bruta também deve ter uma melhora importante de abril a junho, acrescentou.
Nos três primeiros meses deste ano, a margem bruta consolidada da companhia caiu 3,4 pontos percentuais, para 51,3%. A receita líquida consolidada do grupo somou R$ 1,2 bilhão no período, um aumento de 10,6% sobre igual intervalo de 2015. Considerando apenas as vendas de mercadorias, o crescimento foi menor, de 4%, para R$ 820,6 milhões.
As duas melhores regiões geográficas em termos de desempenho para a companhia no trimestre foram o Sul e o Norte. Do lado negativo, teve dificuldades no Centro-Oeste. A rede tem 285 lojas em operação no país.
Em março a varejista imprimiu à coleção feminina, que representa a maior fatia de suas vendas, processos e metodologias mais elaborados, coleções com mais harmonia de cor e coordenação entre as peças, disse Queiroz. A empresa planeja replicar a estratégia no segmento masculino em outubro e, posteriormente, nas demais categorias, como infantil.
A companhia espera iniciar em agosto a operação de seu novo centro logístico, em Guarulhos (SP). A unidade será totalmente automatizada, o que vai permitir fazer a separação e distribuição de produtos para as lojas por peça. Atualmente, o processo é manual.
A captura de economias operacionais na Guararapes com essa mudança ainda tende a ser tímida em 2016, disse Queiroz. “Estamos na fase de migração e esperamos encerrar este ciclo em agosto, quando o novo centro de distribuição estará trabalhando de forma independente”, afirmou ele. O antigo centro de distribuição, também em Guarulhos, será fechado após a transferência. A unidade pode ser vendida, mas essa opção ainda será avaliada futuramente.
Riachuelo vê melhora nas vendas desde março
