A Guararapes Confecções, controladora da varejista de moda Riachuelo, observou no terceiro trimestre deste ano uma retomada das vendas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. No entanto, no Nordeste, onde a marca é mais forte, segue com dificuldades pelo terceiro ano consecutivo.
O diretor financeiro da companhia, Tulio Queiroz, afirmou em teleconferência com analistas que o cenário macroeconômico é o principal fator que prejudica o desempenho no Nordeste. “O consumo perdeu força.” Nesta região, a Riachuelo detém índices elevados de vendas por metro quadrado e possui lojas maiores. A meta é reformar 40 unidades neste ano na região.
Sobre as perspectivas para a economia no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o executivo comentou que percebe uma animação no mercado com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), confiança e renda. A expectativa é que esses fatores colaborem para aparecerem mais oportunidades de abertura de lojas em 2019. No momento, o planejamento para o próximo ano não está fechado, por isso Queiroz preferiu não revelar uma meta para expansão dos pontos de venda.
Durante a teleconferência, o executivo disse que as vendas no critério “mesmas lojas”, que consideram as unidades abertas há mais de 12 meses, cresceram 2,8% entre julho e setembro, uma desaceleração ante a base mais forte de 13,9% verificada no mesmo intervalo do ano passado. Ele destacou que as operações de perfumaria e celular nas lojas já representam 13,8% das vendas.
“Percebemos uma construção da base de lojas com perfumaria, que no fim de setembro ficou em 277 unidades ante 154 no terceiro trimestre de 2017. Já a operação de venda de celulares está em todas as lojas da Riachuelo”, detalhou o diretor financeiro.
Estoques
O nível de estoque no quarto trimestre da varejista deverá recuar em relação ao período imediatamente anterior. Segundo Queiroz, o patamar foi de 32% no fim de setembro. “A perspectiva é que para o quarto trimestre caia”. O executivo comentou que a coleção atual está sendo bem recebida pelos consumidores em todas as praças e que o ambiente com aumento da confiança no consumidor é favorável.
Durante a teleconferência, o diretor afirmou que o desempenho da loja virtual da Riachuelo – lançada em abril de 2017 – é satisfatório em termos de receita e rentabilidade, com previsão de alcance do ponto de equilíbrio no segundo ano da operação. “Esta é a maior loja da companhia. Por enquanto, os pontos mais sensíveis dessa operação são o frete e a despesa com a marca”, disse.
Fonte: Valor Econômico