“Vemos um ambiente muito promocional, e não é diferente no nosso caso, mas em novembro e dezembro, precisamos estar com coleção redonda. Já fizemos alguns ajustes nessa coleção, uma releitura do que tínhamos, mas sabemos que parte do setor ainda pode estar promocional no verão. Então, é importante estar bem posicionado para não entrar numa onda nova de descontos agressivos no fim de ano”, disse ontem o presidente Oswaldo Nunes, em teleconferência de resultados.
Nunes diz que, no quarto trimestre as vendas podem crescer, especialmente na moda mais básica. “Nossa cadeia de suprimentos está funcionando normalmente, voltamos com as fábricas de forma mais forte após a segunda quinzena de junho para complementar coleção atual e preparar a próxima. Mas para o fim de ano, ainda vemos incertezas sobre o que será perene e temporário [nos hábitos de] consumo”.
Sobre os efeitos da crise no crédito, a empresa diz que o nível de perda sobe em 2020. Nos empréstimos pessoais, esse índice atingiu 25,2% em junho. A empresa projeta 28% no fim do ano. Para o nível de perdas no cartão Riachuelo, a taxa foi de 7,1% em junho. A empresa estima 8% no fim do ano.
Sobre o ritmo de demanda, as lojas reabertas estão atingindo entre julho e agosto de 87% a 90% das vendas de um ano atrás, índice superior ao do segundo trimestre, quando a taxa ficou em cerca de 75%. Das 323 lojas, 106 ainda estavam fechadas no fim de junho.
Após a reabertura dos pontos, o canal on-line mantém ritmo forte. “Houve alto volume [de venda on-line] em maio e junho, e em julho, após lojas reabertas, não foi percebida grande alteração [no ritmo]. O volume recuou só 8%, vendemos 91%, 92% daquilo vendido em junho no on-line. A participação relativa tende a cair, mas ainda é bem relevante”, disse Nunes.
A companhia ainda informou que prepara o lançamento de seu marketplace no quarto trimestre e, até outubro, terá integrado 100% a operação de logística do braço digital e físico. Haverá um único estoque para ambos os canais.
O grupo fechou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 296,2 milhões, versus lucro de R$ 54,9 milhões um ano antes. A receita líquida caiu 52,4%, para R$ 885,8 milhões.
Fonte: Valor Econômico