A Guararapes, dona da rede de moda Riachuelo, vê melhora no setor de varejo de vestuário e espera obter crescimento na margem de lucro do quarto trimestre. Tulio Queiroz, diretor financeiro da Guararapes, disse em teleconferência ontem que a concorrência por preço no setor diminuiu e há sinais de melhora no consumo.
“As vendas em outubro correram dentro do esperado. A perspectiva é de crescimento em margem bruta, mas é difícil saber ainda qual será o aumento”, afirmou Queiroz. Ele ponderou que a companhia já apresentou um aumento de 3 pontos percentuais na margem bruta de lucro do ano passado, chegando a 52,9%. No terceiro trimestre deste ano, a Guararapes registrou uma margem bruta de lucro de 51,3%, ante 47,8% no mesmo intervalo de 2016.
A companhia encerrou o trimestre com um avanço de 182,3% no lucro líquido, para R$ 50,4 milhões. A receita líquida consolidada aumentou 10,7%, para R$ 1,54 bilhão. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 29,6%, para R$ 162,2 milhões.
Guilherme Assis, analista do banco Brasil Plural, opinou que, apesar do avanço em receita e lucro, o Ebitda ficou abaixo do esperado, o que motivou uma queda de 4,4% nas ações no pregão de ontem da B3, para R$ 150,94 por ação.
Flávio Rocha, presidente da Guararapes, disse em teleconferência que o Ebitda foi afetado por despesas operacionais maiores. Ele citou gastos mais altos com o negócio de perfumaria e cosméticos e a contabilização dos investimentos no comércio eletrônico como despesa administrativa como fatores para a alta nas despesas. Excluindo esses fatores, as despesas operacionais da companhia teriam crescido 4,8% no trimestre, e não de 11,3% como foi reportado.
O crescimento das vendas no terceiro trimestre foi atribuído principalmente à melhor assertividade nas coleções. No terceiro trimestre, a receita líquida de mercadorias cresceu 15,7%, para R$ 1,12 bilhão. As vendas em mesmas lojas (unidades abertas há mais de um ano) aumentaram 11%.
Queiroz disse que a maior parte do crescimento das vendas em mesmas lojas deveu-se ao segmento de roupas. As vendas de telefones celulares, segundo ele, representaram 3,5 pontos percentuais dos 11% de expansão. “A cada mês, o impacto adicional da operação de celulares fica menor”, afirmou o executivo. “Celular é um produto vendido hoje como commodity. É mais difícil expandir a margem de lucro desse produto. A melhora nas margens vêm da performance de moda, que vem se tornando mais assertiva e melhor.”
Fonte: Valor Econômico