A Guararapes, dona da varejista de vestuário Riachuelo, sofreu os efeitos do alongamento da recessão econômica em seus resultados do terceiro trimestre. E informou que espera um ambiente macroeconômico ainda difícil nos próximos trimestres, influenciando boa parte do varejo em 2017.
“O nível de dificuldade da economia real permanece e é algo com que o mercado deve conviver nos próximos trimestres”, afirmou Tulio Queiroz, diretor financeiro da Guararapes. Flávio Rocha, presidente da companhia, e vice-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), acrescentou que o Índice Antecedente de Vendas (IAV-IDV), sinalizava um início de recuperação no varejo no quarto trimestre, mas essa tendência não se confirma no varejo até agora.
“O desenvolvimento de coleções mais assertivas traz alívio, mas ainda assim seremos mais comedidos no plano de expansão de lojas no próximo ano”, afirmou Rocha, A Riachuelo previa abrir 15 lojas neste ano, mas vai abrir apenas 5. Em 2017, segundo o executivo, o foco será a reforma de unidades, que exige investimento menor e traz resultados mais rapidamente.
De acordo com os executivos, embora a companhia tenha apresentado melhoras em vendas e no controle de despesas, o desempenho foi enfraquecido pelo cenário macroeconômico. O ambiente, segundo Queiroz, contribuiu para reduzir o fluxo de consumidores nas lojas e obrigar as empresas a trabalhar com margens brutas mais baixas.
No terceiro trimestre, a Riachuelo registrou aumento na receita líquida de mercadorias de 3,3%, para R$ 968,2 milhões, mas houve queda na margem bruta de 0,6 ponto percentual ante igual intervalo de 2015, para 48,4%. A receita líquida total cresceu 5,5%, para R$ 1,4 bilhão. O lucro líquido caiu 44,4%, para R$ 17,8 milhões no terceiro trimestre, resultado associado à redução na margem bruta de lucro e ao aumento dos custos com folha de pagamento.
A companhia informou ainda que espera alguma melhora no desempenho da operação financeira, com estabilização nas perdas com cartão e com empréstimo pessoal a partir deste trimestre. Entre julho e setembro, o nível de perdas com o cartão Riachuelo ficou em 8,6%, acima dos 7,7% registrados no terceiro trimestre de 2015. O nível de perdas com empréstimo pessoal chegou a 19,9% no terceiro trimestre deste ano, ante 13,3% um ano antes.