Setor tem claro potencial de crescimento, já que grande parte das retailtechs brasileiras ainda não receberam aportes, segundo estudo
Por Fabiana Rolfini
Embora timidamente, as startups que oferecem soluções tecnológicas ao mercado de varejo e consumo, também conhecidas como retailtechs, estão crescendo no Brasil. O crescimento do setor abre um claro potencial de atração de investimentos já que 68% das retailtechs brasileiras ainda não receberam aportes, segundo estudo inédito realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups) em parceria com a Deloitte.
O levantamento contou com a participação de 167 retailtechs ativas no Brasil, sendo que a maioria foi criada há aproximadamente dois anos, no auge da pandemia. Do total, 75% delas estão concentradas no Sudeste e Sul do Brasil. Dentre a fatia de 32% das startups do varejo que já receberam investimentos podemos citar a Beepay, Followize e Magis5 – esta última acabou de receber um seed de R$ 10 milhões.
De acordo com Luiz Othero, diretor executivo da Abstartups, há um potencial ainda maior de crescimento, já que o segmento se encontra em processo de maturação. Se, por um lado, metade das retailtechs está em fase de tração ou de escala, por outro, somente 10% declararam que houve a procura pelo capital, mas não obtiveram êxito.
“É interessante observar que, ao mesmo tempo em que o varejo recebeu um alto nível de investimento nos últimos dois anos, as retailtechs não tiveram tantos cheques assinados assim. Isso é sinal de que o setor está em processo de amadurecimento e tende a se tornar um dos mais importantes do país, já que ele soluciona diversos problemas que o varejo já enfrenta há muitos anos”, afirma o executivo, em nota.
Demandas do consumidor
Além do cenário pandêmico, o varejo também enfrenta uma mudança de comportamento do consumidor, o que escancara ainda um problema de relacionamento com ele. Dessa forma, as retailtechs entram no circuito como importantes peças para facilitar a experiência de compra e aprimorar a comunicação do varejo com seus consumidores, especialmente para concluir vendas de forma rápida ou para solucionar problemas no pós-venda.
É por isso inclusive que a maioria das retailtechs são as que oferecem algum tipo de software como serviço. Ainda segundo o estudo, 42% dessas startups atuam com SaaS para auxiliar o setor na integração dos canais de venda, diversidade nas formas de pagamento, logística ainda mais ágil e desburocratização de processos.
Fonte: Startups