Quando pensamos em inovação no segmento de Varejo, muitos processos vêm à mente, principalmente no que diz respeito ao digital. E o tema da vez é o Retail Labs. O Magazine Luiza é um ótimo exemplo dessa jornada, que criou um Vale do Silício no Brasil e conta com um time de mais de 100 engenheiros trabalhando em um local separado da equipe de TI. Tudo para criar um novo mundo, novos conceitos e pensamentos voltados para tornar o Magazine Luiza líder em inovação no setor.
Entretanto, antes de desenhar uma estratégia de Retail Labs e incorporar o conceito de startup nos negócios, o Varejo brasileiro precisa desenvolver internamente a cultura digital. Além, claro, de contar com uma infraestrutura tecnológica capaz de fazer desde o básico bem feito a suportar tecnologias disruptivas. Isso engloba softwares, hardwares, banda larga e sistemas gerenciais integrados em toda a operação.
De acordo com o presidente da SBVC, Eduardo Terra, essa constatação foi obtida por um grupo de 29 pessoas de grandes redes varejistas, que viajaram em junho passado para São Francisco, no Vale do Silício, para conhecer o processo de inovação das marcas norte-americanas. Segundo Terra, o grupo foi formado por profissionais de Tecnologia da Informação, marketing, presidentes e empresários do setor varejista, que saíram dessa experiência com uma urgência na criação dessa cultura digital.
“Essa vivência nos permitiu refletir em como seria contar com um labs de inovação no cotidiano do Varejo. De fato, o conceito é diferente na prática, pois imaginamos um ambiente físico, com uma equipe treinada e capaz de criar negócios diferenciados. Mas o processo de Retail Labs começa muito antes disso, essa é a grande sacada”, explica o presidente da SBVC e sócio diretor da BTR Consultoria. O executivo também será um dos painelistas da 5ª edição do Congresso TI & Varejo, que vai acontecer no dia 18 de agosto no WTC, em São Paulo.
Ecossistema de parceiros
O primeiro passo para seguir nessa jornada, continua Terra, é fazer um exercício de qual tecnologia pode atender às mais variadas demandas do Varejo, independente se for para frente de caixa, backoffice ou melhorar a experiência de compra. E essa solução tecnológica pode estar no portfólio de grandes players de TI, mas principalmente nas startups. “Por outro lado, essas empresas que já nasceram disruptivas têm o desafio de saber atender um grande varejista, por isso, muitos projetos de inovação são realizados a quatro mãos, em formato de parceria com todo ecossistema do mercado”, pontua.
A viagem ao Vale do Silício mostrou que existem vários modelos para o Varejo brasileiro embarcar em uma nova estratégia de inovação, seja contratando um labs terceirizado para reduzir riscos e custos iniciais, atuando junto às startups com acordo de parceria ou criando seu próprio time de profissionais para pensar na inovação dos negócios.
“A experiência sem atrito é um dos temas em destaque nos labs norte-americanos. Outro ponto a ser levado em consideração é a mobilidade, o conceito mobile first com avanço da internet das coisas tem potencial para alavancar os negócios do Varejo. Além disso, a cultura digital deve ser a primeira lição ou a diretoria poderá rejeitar a ideia”, explica o executivo.
Ou seja, esses 3 elementos somados à infraestrutura tecnológica podem levar o Varejo brasileiro a outro patamar. “O Retail Labs pode ser um grande guarda-chuva dessas demandas, tudo pode ser trabalhado em conjunto, desde que a empresa tenha em mente um planejamento de retorno de investimento focando na transformação digital”, completa Terra.