Varejistas tradicionais ou mesmo aqueles que já nasceram digitais estão buscando inovação por meio da criação dos Retail Labs. Trata-se de laboratórios de inovação com foco em trazer para as operações de varejo as inovações necessárias para acompanhar os anseios dos consumidores que, na maioria das vezes, já nascem digitais.
O painel “Retail Labs: como deixar a inovação no foco?”, um dos debates da 5ª edição do Congresso TI & Varejo, que ocorreu nesta quinta-feira em São Paulo, reuniu varejistas de vários setores e estágios da jornada digital e concluiu que não há mais tempo para desenvolver e testar as inovações antes de colocá-las em prática.
“O ciclo da inovação é cada vez mais rápido. O laboratório é a própria loja em operação”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC-Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. Em sua palestra, o consultor apresentou os diferentes formatos de Retail Labs – dentro da própria operação, totalmente apartado ou terceirizado – de acordo com a necessidade e cultura de cada varejista. “A Netshoes, por exemplo, já nasceu digital e entende que a inovação deve permear todos os departamentos da empresa. Já a Magazine Luiza, que nasceu e cresceu no mundo físico, criou um laboratório, que hoje conta com cerca de 100 pessoas, responsável por acelerar a cultura digital dentro da empresa”.
Durante o debate, que reuniu executivos do Grupo Boticário, Livraria Cultura, Netshoes, e representantes de empresas de tecnologia como Oracle Retail, Fortinet e KSecurity, ficou evidente que esses laboratórios devem ser responsáveis pela melhor aplicação das tecnologias já existentes que, se implementadas, possam agregar valor aos negócios.
Outra conclusão importante é que não há muito tempo para o desenvolvimento. É preciso acompanhar o processo dos Labs e testar na prática as inovações. “Além de já contar com a cultura digital. Nós, da Netshoes, temos o digital no nosso DNA”, aponta Graciela Tanaka, COO da Netshoes.
Ainda de acordo com Eduardo Terra, o comportamento digital não é restrito a gerações ou classe social. É uma tendência irreversível e as empresas precisam incorporar a cultura digital em suas operações.
O especialista de TI no setor de varejo, Mendel Szlejh, trouxe para a discussão o contraponto da produtividade. Ele ressaltou que o caminho ideal é aliar a inovação ao negócio. “Além de asas, é preciso ter trem de pouso. A inovação ou a tecnologia por si só não bastam”, conclui o executivo.