O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de São Paulo, Percival Maricato, esteve ontem e hoje reunido com representantes de aplicativos de entrega para negociar redução nas taxas cobradas sobre o valor das encomendas feitas a bares e restaurantes. Esse índice varia de 10% a 20%, mas chega a atingir 28% nos casos de estabelecimentos com menor escala.
Desde a semana passada, o setor de serviços têm sido afetado pela queda no tráfego de clientes — como o Valor relatou na segunda-feira, a queda na circulação de clientes em São Paulo variava de 20% a 30% até a sexta-feira. Nesta semana, a retração aumentou.
“Ninguém mata a galinha dos ovos de ouro. Eles [aplicativos] ouviram nossos pedidos e falaram que vão estudar. Tem que haver bom senso e compaixão neste momento”, disse ele.
“Falamos para eles que os aplicativos vão se dar bem nessa crise, e que precisamos negociar”.
A Abrasel esteve ontem reunida com membros do Ministério da Economia e solicitaram adiamento do pagamentos de tributos e abertura de linhas de financiamento ao setor em bancos. “Há um grande risco de quebradeira generalizada. Somos dois milhões de negócios [no Estado de São Paulo] e parte deles já opera com rentabilidade afetada durante a recessão. Chegar a rentabilidade de 15% hoje é luxo”, disse ele.
Maricato ainda afirmou que a queda no tráfego é forte especialmente no horário do almoço na capital paulista, por conta do aumento do “home office”.
Fonte: Valor Econômico