Empresas lançam restaurantes 100% autônomos, ‘robô-garçom’ e bot no drive-thru. Entenda como a tecnologia está mudando o setor de alimentação
Por Sabrina Bezerra
Dê uma espiada nas ideias de algumas foodtechs e, talvez, você pense estar num filme de ficção científica. Os robôs parecem dominar os bares, as lanchonetes e os restaurantes ao prepararem e servirem refeições em poucos minutos. Cena lunática? Diria que não. O modelo de negócio já existe em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil e promete ser uma das inovações de destaque em 2022.
Cada modelo funciona de uma forma. Mas em linhas gerais, o estabelecimento (bar, lanchonete, pizzaria ou restaurante) não tem funcionários como bartender e garçom. O maquinário é responsável pelo preparo dos alimentos aos clientes. Veja no tópico abaixo detalhes de como cada um deles opera.
– QUIOSQUE AUTÔNOMO
Desenvolvido recentemente pela SJW Robotics, foodtech com sede em Toronto, trata-se de um restaurante self-service 100% automatizado com cerca de 30 metros quadrados. No interior, é possível armazenar ingredientes para até 320 refeições. Quando estão acabando ou perto da data de validade, o sistema de forma inteligente cria promoções aos clientes — o que reduz o food waste. E como funciona? O pedido é feito por meio de uma tela touchscreen. Depois, o robô prepara o alimento: seleciona os ingredientes e cozinha a refeição. Segundo a empresa, o tempo de preparo é de pouco mais de um minuto. Para 2022, a expectativa da empresa é que diversos aeroportos do mundo tenham um quiosque autônomo.
– PIZZARIA ROBÔ
A Hyper-Robotics, fabricante de restaurantes robóticos com sede em Israel, lançou uma pizzaria robô. Em formato container, o local suporta o armazenamento de até 240 tipos de massa, tem dois ‘braços robóticos’ e produz 50 pizzas por hora
– FAST FOOD ROBOTIZADO NO BRASIL
A Bionicook tem duas unidades de fast-food robotizado no Brasil. Uma no Aeroporto de Guarulhos e outra no metrô Carrão, em São Paulo. “O preparo de lanches on demand são feitos na hora e sem nenhuma intervenção humana”, diz a companhia. Atualmente, são 18 opções de lanches disponíveis e 15 variedades de bebidas. O objetivo em 2022 é acelerar a expansão e fechar o ano com mais de 20 lojas. Como? Por meio de lojas próprias e franquias.
– BOTS NO MCDONALD’S
Dez unidades do McDonald’s em Chicago estão testando pedidos automatizados no drive-thru por meio de inteligência artificial. Isso significa que não são os funcionários que anotam os pedidos, e sim os bots. O sistema é o de reconhecimento de voz, parecido com o usado em assistentes pessoais como a Alexa e a Siri. A precisão da tecnologia, segundo Chris Kempczinski, CEO da rede, é de 85%. Além disso, outras iniciativas são estudadas pela empresa, como automatizar as chapas e as fritadeiras. No entanto, de acordo com o executivo, a implementação deve demorar cerca de 5 anos.
– GARÇOM ROBÔ
A empresa Bear Robotics fabrica robô garçom. Isso mesmo, os equipamentos entregam as refeições aos clientes de bares, lanchonetes e restaurantes. Chamado de Servi, o ‘garçom robô’ tem direção 100% autônoma, câmeras e sensores inteligentes que permitem andar pelo espaço de forma segura, sem esbarrar nas pessoas, móveis e objetos.
POR QUE IMPORTA?
A movimentação de startups e grandes empresas mostram que os estabelecimentos serão mais automatizados em 2022. Será comum ir ao restaurante que é 100% autônomo, fazer pedidos por meio de assistente de voz e receber a refeição por um ‘robô-garçom’.
E os funcionários das empresas neste caso? “Devem se concentrar no lado humano”, diz John Ha, fundador da Bear Robotics. Já que a ideia dos robôs é automatizar as tarefas repetitivas e liberar mais tempo aos colaboradores.
O que vai ao encontro das chamadas habilidades comportamentais. “Afinal, as máquinas são melhores do que os seres humanos em tarefas de repetição. Com isso, o papel do ser humano passa a ser literalmente ser humano. É preciso se desenvolver pensando cada vez mais em estratégias de resolução de problemas complexos”, disse Juliana Alencar, Chief Culture Officer da StartSe, ementrevista sobre a importância das soft skills.
Fonte: Startse