A marca de roupas infantis do grupo carioca Reserva vai abrir pelo menos sete lojas em 2017, ano em que projeta um faturamento de R$ 60 milhões, valor 46% maior do que em 2016. O tamanho dos novos pontos de venda da chamada Reserva Mini cresceu de 25m² para 50 e 60m².
“A Mini é uma marca que tem quase seis anos no grupo, só que sempre ficou debaixo da saia da Reserva. Não era uma operação que tinha estratégia, independência. De dois anos para cá, o grupo entendeu que estava na hora de fazer um investimento e crescer o infantil”, disse o presidente da marca, Guilherme Abrunhosa.
Além disso, o crescimento das vendas “mesmas lojas” (abertas há pelo menos 12 meses) da Reserva Mini foi de 32% em 2016, ante 28% em 2015. Para este ano, o objetivo é manter pelo menos o mesmo ritmo do ano anterior, segundo o executivo. Na marca Reserva, o indicador cresceu 17% no ano passado e 14% em 215.
Abrunhosa afirmou que o ritmo de expansão da marca infantil se mantém “por algum tempo”. Além do público da marca ser formado por consumidores das classes A e B, menos afetadas pela crise, há uma necessidade natural de roupas novas para crianças. “É algo que os pais não conseguem deixar para depois. O mercado adulto não tem uma elasticidade tão grande. Acho que por isso o mercado infantil como um todo acaba sofrendo um pouco menos”, disse.
Das atuais 14 lojas próprias, seis foram abertas em 2016. Recentemente, foi inaugurada uma unidade em Itupeva (SP), e está sendo preparada a abertura de outra em Niterói (RJ). Pelo menos mais cinco estão planejadas para este ano, segundo Abrunhosa. O foco continua sendo Rio e São Paulo, onde a empresa julga que ainda há muito esáço para a expansão.
A marca nasceu dentro das lojas da Reserva, que vende roupas masculinas para adultos, em uma coleção “tal pai, tal filho”. O time de compras errou o pedido para mais, e surgiu a ideia de colocar araras da coleção infantil nos pontos de venda. Até hoje, em shoppings onde ainda não já lojas da marca de crianças, a Reserva guarda um espaço para as roupas infantis. Assim, a Reserva Mini também está presente em 40 pontos de venda da marca para adultos. No atacado, atende a 400 lojas multimarcas do país.
em termos de concorrência, o executivo diz que não existem muitas marcas que sejam grande referência no universo infantil, já que o mercado é pulverizado e regionalizado. “Tem marcas tradicionais que trabalham o lado infantil, como a Richard’s. Outras como Tyrol, Green e BB Básico estão fazendo um trabalho em nível nacional”, observou.
A marca ainda é tida como uma startup dentro do grupo. “Tem um mundo de possibilidade para a gente crescer, tem muita coisa para fazer”, disse Abrunhosa. Uma das medidas mais recentes, em setembro do ano passado, foi a introdução da coleção feminina nas lojas. Em alguns meses, a seção já representa 20% das vendas da marca.
“Olhamos cada vez mais para o mercado, para algumas oportunidades, inclusive de aquisição. entendemos que eventualmente podem ter sentido. Não existe nada de concerto que possamos falar, tem conversas muito iniciais”, afirmou.
A exemplo da “marca mãe”, a Mini também trabalha com diversos canais de distribuição. A marca disponibiliza tablets nas lojas e oferece produtos que estão em estoques centralizados. Além de fazer ofertas especiais para o comércio eletrônico, que hoje já representa 20% de suas vendas no varejo. “O e-commerce vem mais do que dobrando a cada ano, está no início ainda, então é natural”, disse.
Fonte: Valor Econômico